Uma pesquisa realizada pelo Serviço de Fisioterapia do Instituto Central do Hospital das Clínicas, da Faculdade de Medicina da USP, mostrou que os atendimentos de fisioterapia reduzem em até 40% o tempo de permanência do paciente na UTI - Unidade de Terapia Intensiva, quando aplicados sem interrupções, ou seja, nas 24horas do dia.
O estudo avaliou 500 pacientes, num período de seis meses. Nos primeiros três meses, a abordagem do fisioterapeuta aconteceu num período de apenas 12 horas e a média de internação do paciente foi de 10 dias. Nos três meses seguintes, quando o atendimento foi durante as 24 horas, a média de permanência do paciente caiu para 6 dias apenas.
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Nas UTIs do Paraná
Os hospitais públicos convivem com a falta de recursos humanos e verbas restritas, no Paraná ainda não se tem fisioterapia 24h nas UTIs, pelo menos não nos hospitais públicos ligados a universidades. No HC (Hospital das Clínicas), em Curitiba, vinculado à UFPR existe a fisioterapia em tempo integral, durante toda a semana, finais de semana e feriados, mas o atendimento é apenas durante o dia.
Regina Senff, fisioterapeuta do HC há 12 anos, afirma que para quem trabalha diretamente com pacientes graves percebe-se notadamente resultados positivos com a realização da fisioterapia duas vezes ao dia. “Imagino que se o serviço for realizado em período integral, nós e os pacientes só temos a ganhar”, ressalta Senff. A função do fisioterapeuta na UTI tem como objetivo principal reduzir o tempo de permanência do paciente na unidade. No HC-UFPR, em Curitiba, existem várias UTIs, como a geral, pediátrica, neonatal, cardíaca, além dos CTSI (Centros de Terapia Semi-Intensiva) cada centro ou unidade possui uma equipe. Por exemplo, a UTI Geral possui 2 fisioterapeutas um em cada período (manhã e tarde) e conta também com estágios curriculares.
A realidade é de equipes enxutas, de acordo com o fisioterapeuta Rauce Marçal da Silva, chefe do serviço de fisioterapia do HC-UFPR, o número de fisioterapeutas é menor que a demanda de atendimentos, isso faz com que o mesmo profissional seja responsável por mais de um setor de atendimento. “Com esse quadro de pessoal reduzido fica difícil oferecer a fisioterapia por 24h, e a contratação só é feita via concurso público que é um processo demorado”, explica Rauce.
Em Cascavel o cenário é parecido, na UTI para adultos a equipe é composta por quatro fisioterapeutas plantonistas (plantão de 12h – tarde e noite). Há também três profissionais que estão cursando especialização na área, dois deles fazem atendimento durante o dia (manhã e tarde) na UTI adulto e o terceiro fica na UTI neonatal e pediatria no sistema de rodízio. “Conseguimos, dessa forma, cobrir em torno de 18 horas a UTI adulto”, ressalta Érica Fernanda Osaku, Coordenadora da especialização de Fisioterapia em Terapia Intensiva, no Hospital Universitário da Unioeste.
O Custo-benefício
O custo de uma diária na UTI está em torno de R$ 900,00, mas o SUS (Sistema Único de Saúde) paga R$ 341,94, números do HC-UFPR, de Curitiba. Para oferecer o atendimento de fisioterapia em tempo integral (24h por dia) seria preciso triplicar o número de fisioterapeutas das UTIs do HC. Mas esse aumento de pessoal, segundo Rauce, não elevaria os custos na mesma proporção. “Além de não aumentar muito os custos, a diminuição do tempo de permanência é um fator que fala muito a favor da fisioterapia 24h na UTI”, ressalta Rauce.
O custo de uma diária na UTI está em torno de R$ 900,00, mas o SUS (Sistema Único de Saúde) paga R$ 341,94, números do HC-UFPR, de Curitiba. Para oferecer o atendimento de fisioterapia em tempo integral (24h por dia) seria preciso triplicar o número de fisioterapeutas das UTIs do HC. Mas esse aumento de pessoal, segundo Rauce, não elevaria os custos na mesma proporção. “Além de não aumentar muito os custos, a diminuição do tempo de permanência é um fator que fala muito a favor da fisioterapia 24h na UTI”, ressalta Rauce.
Como é a fisioterapia na UTI
Nas UTIs predomina a aplicação das técnicas da fisioterapia respiratória em pacientes entubados e no tratamento de patologias respiratórias. É um método preventivo, quando se têm situações de pacientes que temporariamente apresentam-se restritos ao leito, como também uma forma de tratamento das pneumopatias.
Nas UTIs predomina a aplicação das técnicas da fisioterapia respiratória em pacientes entubados e no tratamento de patologias respiratórias. É um método preventivo, quando se têm situações de pacientes que temporariamente apresentam-se restritos ao leito, como também uma forma de tratamento das pneumopatias.
Os pacientes internados em terapia intensiva apresentam-se, na maioria das vezes, em situações críticas, inclusive com perda de consciência. O fisioterapeuta intervém nas doenças específicas da causa do internamento e da mesma forma na prevenção das complicações adquiridas nesse período. “A grande importância do trabalho do fisioterapeuta nas UTIs está em abreviar a alta hospitalar, evitando e ou diminuindo as seqüelas”, afirma Pedro Beraldo, presidente do Crefito-8 (Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da 8ª Região).
O fisioterapeuta que trabalha com o intensivismo vem somar com a equipe multidisciplinar. “A sua presença é importante, pois auxilia na manutenção das vias aéreas, na elaboração e execução dos protocolos de assistência ventilatória,” justifica Erica do HU-Unioeste.
São muitos os benefícios apresentados com a aplicação da fisioterapia como a eliminação das secreções brônquicas, melhora de volumes e capacidades pulmonares, melhora a postura evitando encurtamentos e deformidades, aumenta a resistência e a tolerância à fadiga, prevenindo o descondicionamento físico decorrente do imobilismo, contribui para a prevenção de trombose venosa profunda e embolia pulmonar. “Graças a essas técnicas as pessoas alcançam uma melhora na qualidade de vida”, ressalta Regina do HC-UFPR.
Fonte: Crefito-8
bom saber estou cursando e falam que ganha pouco...
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