No paciente com hemiplegia, a dor no braço pode ser causada pelo desequilíbrio dos
músculos, padrões de movimentos inadequados, disfunção articular, padrões de suporte de peso inadequados e encurtamento muscular, sendo que, a dor articular é causada pelo mecanismo articular deficiente do ombro durante os movimentos. Dois problemas de alinhamento comuns são a perda do ritmo escápulo-umeral e a rotação externa insuficiente do úmero (UMPHRED, 2004).

De maneira geral, inúmeras complicações secundárias podem ocorrer em indivíduos que
sofreram o AVE, sendo que, dentre elas, destacam-se os problemas motores como a Síndrome Ombro-Mão, o Ombro Doloroso e a Subluxação do Ombro, que acabam ificultando a recuperação neuromotora gerando incapacidade funcional.

A subluxação do ombro ocorre quando quaisquer fatores biomecânicos que contribuem para a estabilidade da articulação glenoumeral são interrompidos. Na fase aguda do paciente hemiplégico as estruturas que envolvem o ombro estão flácidas, facilitando a subluxação quando mobilizamos e transferimos o paciente inadequadamente, e também na ausência de mobilização.

Já na fase crônica, caracterizada pela espasticidade, o ombro sofre forte tração e por isso apresenta tendência de luxação. De acordo com Klotz et al (2006), o início da hemiplegia pode comprometer os princípios biomecânicos normais e a estabilidade do complexo do ombro, devido a perda do controle motor e do desenvolvimento de padrões anormais de movimento; secundariamente ocorrem alterações em tecidos moles e desalinhamento da articulação glenoumeral. Sendo assim, o mecanismo de produção do ombro doloroso nas hemiplegias pode estar relacionado a vários fatores como:

subluxação escápulo-umeral;
capsulite do ombro;
síndrome do impacto;
tendinite bicipital;
neuropatia por tração do plexo braquial;
espasticidade;
mobilização do membro superior paralisado em torno da amplitude de movimento;
limitação da ADM
lesões de partes moles.

O quadro caracteriza-se por dor no ombro e perda progressiva da ADM articular,
possivelmente devido aos mecanismos de desalinhamento do ombro, movimentação incorreta, imobilidade, manuseio e posicionamento inadequado do braço acometido (HORN, et al 2003).

Segundo Umphred (1994), o membro superior de um indivíduo que sofreu um AVE, não
apresenta movimentos ativos e a escápula assume uma posição rodada para baixo (o ângulo súpero-lateral move-se inferiormente e o ângulo inferior torna-se aduzido). Com a rotação para baixo da escápula, a cavidade glenóide se orienta para baixo, e o mecanismo de trava passivo da articulação do ombro é perdido. Assim, a deficiência desse mecanismo, a deficiência do tono postural, e a deficiência da cápsula do ombro resultam em uma subluxação inferior do úmero do ombro hemiplégico, o tipo mais comum. O úmero fica pendente ao lado do corpo em rotação interna e o cotovelo fica estendido. A subluxação inferior ocorre em pacientes com fraqueza grave e está presente no estágio agudo. Na medida em que a subluxação ocorre, a cápsula do
ombro fica vulnerável ao alongamento, especialmente quando o úmero é dependente e descansa na parte lateral do corpo.

Com o passar do tempo, um segundo padrão se desenvolve, onde um aumento na extensão
cervical e lombar tornam-se evidentes; a caixa torácica roda para baixo, sendo a escápula e o úmero fortemente influenciados por esse desvio na caixa torácica. A escápula rodada para baixo começa a mover-se superiormente sobre o tórax, e o úmero se hiperestende com rotação interna.

Essa combinação de rotação da caixa torácica, hiperextensão do úmero e rotação interna faz com que a cabeça do úmero subluxe anteriormente (UMPHRED, 1994). Entretanto, a subluxação anterior acontece quando a cabeça umeral se separa anteriormente da fossa glenóide e é encontrada em pacientes com padrões atípicos de assimetrias de retorno e assimetrias rotacionais do tronco. Além disso, um terceiro padrão de movimento poderá ser assumido, caracterizado por uma coativação anormal dos músculos do membro, que dá uma aparência de flexão em “massa” do membro superior hemiplégico. A escápula fica geralmente elevada e abduzida sobre o tórax; sendo a cabeça do úmero mantida intimamente embaixo do acrômio. Embora o deltóide e bíceps
tentem iniciar o movimento umeral, não ocorre dissociação entre o úmero e a escápula. O padrão de membro superior disponível como resultado da posição da escápula e úmero é a elevação do ombro com abdução umeral, rotação interna e flexão de cotovelo (UMPHRED, 1994).

Então, a subluxação superior ocorre quando a cabeça umeral se acomoda por baixo do processo coracóide, numa posição de rotação interna e abdução suave. A posição da escápula nesta subluxação é de abdução, elevação e rotação neutra.

A síndrome ombro-mão caracteriza-se por dor no ombro, edema e hipersensibilidade da
mão e amplitude limitada de dedos e ombro, decorrentes de comprometimento da função de articulação do ombro e alterações vasculares. Ela começa com leve dor e edema na mão, espalhando uma dor de pequena intensidade com sensibilidade alterada no ombro e no braço inteiro. O segundo estágio desta síndrome inclui maior perda da amplitude de movimentos do ombro e da mão, edema grave e perda da elasticidade da pele. Isto é seguido pelo terceiro estágio, que inclui a desmineralização do osso, deformidade grave do tecido mole e contratura articular.

Sendo assim, o edema da mão resulta de uma extremidade que permanece dependente e que não se move por longos períodos de tempo (UMPHRED, 2004).

É uma condição que também acomete o membro superior plégico pós AVE, que está
associada a eritema, sudorese, enduração brilhosa, edema, dor e imobilidade da mão homolateral.

Ulcerações neurotróficas dos dedos e espessamento da aponeurose palmar com presença de nódulos podem ser seqüelas tardias.

Por fim, a dor no ombro apresenta-se pelo menos uma vez durante a reabilitação ou no
acompanhamento, em 72% dos pacientes com acidente vascular cerebral e a prevenção do
aparecimento da dor pode ser obtida através de uma avaliação meticulosa da integridade biomecênica da articulação glenoumeral e do cíngulo do membro superior, assegurando o bom posicionamento e a manipulação correta do paciente pelos membros da equipe multidisciplinar (STOKES, 2000).

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Maratona: ruim para o coração?

Saiba se a prova de 42 k pode afetar o principal músculo do seu corpo: o músculo cardíaco

Correr, já se sabe, faz bem ao coração, mas uma série de estudos vem sugerindo que o desgaste provocado pela maratona talvez seja excessivo e que a prova pode não ser uma coisa assim tão boa ao coração. Segundo pesquisas,  maratonistas apresentam uma função cardíaca anormal logo que terminam os 42k. A boa notícia é que essas  flutuações não são suficientes para causar nenhum dano ao coração, afirmam pesquisadores da Universidade de Manitoba (EUA), já que essas pequenas anormalidades
desaparecem uma semana depois de terminada a prova.
Amanda Cardoso.


Fonte


O edema é um acúmulo anormal de líquidos no espaço intersticial (localizado entre os vasos e as células dos tecidos).Os principais mecanismos causadores do edema são o aumento da pressão dentro dos vasos (pressão hidrostática) e a diminuição da concentração de proteínas no sangue (pressão oncótica).Ambos facilitam a passagem de líquidos dos vasos para o espaço intersticial.
Causas
- Insuficiência cardíaca (coração fraco).
- Erisipela (infecção do tecido localizado abaixo da pele, principalmente das pernas).
- Insuficiência venosa crônica (varizes ou veias dilatadas) , trombose venosa profunda aguda (coágulos nas veias profundas das pernas) e linfedema (doença do sistema linfático).
- Doenças dos rins.
- Hipoproteinemia (diminuição da concentração das proteínas no sangue; exemplos: desnutrição e perda de proteínas pelos rins como ocorre na síndrome nefrótica).
- Cirrose hepática (doença do fígado).
- Hipotireoidismo (doença da glândula tireoide).
- Medicamentos.
- Alergias.
- Edema cíclico idiopático (causado por alterações hormonais nas mulheres).
Características clínicas nos diversos quadros de edema
-A insuficiência cardíaca, a doença renal, a doença hepática e a hipoproteinemia, podem causar edema, e para maior dificuldade no diagnóstico, podem inclusive coexistir dentro do mesmo quadro clínico (exemplo: caquexia cardíaca é uma insuficiência cardíaca grave e terminal, associada a desnutrição e diminuição dos níveis de proteínas no sangue).
Antes de ser notado, o edema é precedido por um ganho de peso de 3 até 5 Kg. Por isso , é fundamental que os pacientes com insuficiência cardíaca se pesem diariamente pela manhã , visando monitorar a retenção de líquidos.O edema cardíaco costuma iniciar nos tornozelos, aparecendo no final da tarde (edema maleolar vespertino). Com a evolução do quadro, torna-se ascendente em direção às pernas, coxas e região genital. Em pacientes acamados pode ser mais pronunciado na região sacral. Costuma ser bilateral (inchar as duas pernas). Pode ainda ocorrer a ascite (acúmulo de líquido na cavidade abdominal).
Antecedentes de doença cardíaca e a presença de dispneia (falta de ar), costumam estar presentes. O  edema de origem cardíaca é normalmente simétrico, ou seja, afeta as duas pernas e progride desde os tornozelos até as pernas e coxas, podendo atingir a região genital e a parede do abdômen. A dispneia geralmente precede o edema e a ascite (acúmulo de líquido na cavidade abdominal).
- A erisipela é uma infecção bacteriana do tecido localizado imediatamente abaixo da pele (tecido subcutâneo), principalmente das penas e em pacientes com varizes crônicas.O edema da erisipela costuma ser unilateral, sendo acompanhado por calor, vermelhidão local, febre e outros sintomas de uma infecção como mal estar e dores no corpo.
- A insuficiência venosa (varizes nas pernas) costuma causar edema mais intenso em uma perna (predomínio unilateral), acumulando o líquido ao longo do dia, e melhorando com a elevação das pernas. É comum a presença de varizes visíveis nas pernas, varicosidades (varizes minúsculas) e outros sinais de insuficiência venosa como úlceras varicosas e o escurecimento da pele das pernas. A trombose venosa profunda aguda (formação de um coágulo de sangue nas veias profundas das pernas) costuma acometer mais uma perna (predomínio unilateral) e ser acompanhada por calor e vermelhidão local. Pode haver um endurecimento das panturrilhas ("batata da perna").
Geralmente há um fator predisponente para a trombose venosa como um trauma, imobilização prolongada (exemplo: pós-operatório de cirurgia ortopédica), insuficiência cardíaca, obesidade, uso de anticoncepcional oral, doença maligna (câncer), doenças do sangue, entre outras. É uma situação potencialmente grave, pois poderá ocasionar um tromboembolismio pulmonar (deslocamento de um êmbolo em direção aos pulmões, obstruindo a sua circulação). O linfedema costuma causar edema, muitas vezes bilateral , cuja característica principal é ser endurecido, tendo pouca ou nenhuma melhora com à elevação dos membros inferiores . Antecedentes de erisipela de repetição são comuns.
- O edema pode ser generalizado (anasarca), podendo ocorrer desta forma na síndrome nefrótica (perda de proteínas através dos rins) ,  cirrose hepática e  insuficiência cardíaca severa . No edema hepático a ascite precede o edema de membro inferior (ao contrário do quadro de insuficiência cardíaca) e geralmente não há dispneia (falta de ar), a não ser que haja restrição respiratória pela ascite volumosa. O edema renal pode acometer a face, sendo acompanhado de disfunção renal e suas alterações laboratoriais (aumento dos níveis de creatinina), além dos sintomas de uremia (fraqueza, náuseas, emagrecimento, coceira e anemia). A principal causa de insuficiência renal no Brasil é a associação de hipertensão arterial e diabete melito.
O edema que acomete a face e envolta dos olhos sugere síndrome nefrótica, gromerulonefrites (inflamação dos rins), hipoproteinemia (falta de proteínas no sangue por perda urinária , desnutrição ou menor produção de proteínas pelo fígado como ocorre na cirrose hepática). O edema angioneurótico (alérgico) e o mixedema (hipotireoidismo severo) , também podem edemaciar a face.
- Diversos medicamentos cardiovasculares podem causar edema (geralmente no tornozelo e nas pernas), devendo ser pesquisados na história clínica.
- O edema cíclico idiopático nas mulheres apresenta um influência hormonal  (varia de acordo com a fase do ciclo menstrual). Não há outras causas que possam justificar esse edema, que afeta mais os tornozelos , pernas e mãos.
Investigação do edema
A base para o diagnóstico correto da causa do edema  é o exame clínico (história clínica e exame físico). Vários exames complementares podem ser solicitados para a investigação como exames de sangue (exemplo: dosagem de proteínas no sangue , dosagem de creatinina para avaliar a função renal, dosagem de sódio , provas de função hepática e da tireoide, etc.) , eletrocardiograma , ecocardiograma (fundamental para o diagnóstico de insuficiência cardíaca), ecografia do abdômen (confirma o diagnóstico de ascite e avalia o estado do fígado e dos rins) , ecodoppler  (ultrassom) do sistema venoso dos membros inferiores (útil para o diagnóstico de insuficiência venosa , trombose venosa profunda aguda e linfedema), entre outros.



O que é?
Este tipo de pneumonia ocorre quando acontece a entrada de líquidos, secreções do próprio corpo ou outras substâncias, da via aérea superior ou do estômago para dentro dos pulmões. A partir daí, é desenvolvida a pneumonia que, geralmente, é causada por um anaeróbio – bactéria que pode viver na ausência de oxigênio. Muitas vezes o conteúdo que é aspirado para um ou ambos pulmões é o suco gástrico do estômago, o qual, por ser ácido, inicialmente causa uma pneumonite (inflamação) nos pulmões; após isso, ocorre o desenvolvimento da pneumonia propriamente. Consideramos via aérea superior o trajeto que se situa entre o nariz e as cordas vocais.
Esta doença é mais freqüente em pacientes muito jovens ou nos idosos.
Como se adquire?
Geralmente, existem duas condições predisponentes para que ocorra a aspiração do inóculo para os pulmões. Uma delas é uma falha nos mecanismos de defesa que protegem os pulmões, e a outra acontece porque o inóculo que alcançou o pulmão (ou pulmões) tem de ser suficientemente deletério para iniciar o processo inflamatório da pneumonia.
Dentre os principais mecanismos de defesa está o reflexo da glote, o qual funciona como uma fenda que se fecha ao nível das cordas vocais para que nenhum líquido ou outra substância chegue, inadvertidamente, até os pulmões. Existe também o reflexo da tosse, o movimento ciliar e a fagocitose dos macrófagos dos alvéolos, quando o fechamento da glote não funciona de maneira eficaz.
Então, se o reflexo da tosse não expulsar o líquido ou substância que está indo na direção dos pulmões, um movimento de cílios iniciará a “limpeza” destes. Os cílios revestem a parte interna dos brônquios – “tubulações” que espalham o ar dentro dos pulmões – e funcionam como cerdas de uma escova que trabalha de uma maneira unidirecional, levando a “sujeira” dos pulmões em direção à boca. Se, porventura, todos estes mecanismos forem vencidos e o inóculo alcançar os alvéolos, ainda terá a fagocitose dos macrófagos para combater aquela bactéria deletéria contida no inóculo aspirado. Os alvéolos são diminutos sacos onde ocorrem as trocas gasosas dos pulmões (entra o oxigênio e sai o gás carbônico). Já os macrófagos são as células que englobam (combatem) as bactérias que chegam até os alvéolos. Portanto, para que ocorra a pneumonia aspirativa, a bactéria agressiva que está no inóculo aspirado da via aérea superior para os pulmões terá que vencer todos os mecanismos de defesa supracitados.
Normalmente, as bactérias que comumente causam este tipo de pneumonia são as anaeróbicas que fazem parte da flora (“ambiente”) normal da cavidade oral (boca) e, nos pacientes que adquiriram a doença durante internação hospitalar, os germes mais comuns são os bacilos gram-negativos e o Staphylococcus aureus – bactérias muito agressivas.
Usualmente, o motivo da falha nos mecanismos de defesa do organismo é a perda de consciência ou a presença de algum distúrbio de deglutição (da comida ou da saliva) – como em alguns indivíduos que sofreram derrame cerebral, por exemplo.
Dentre os indivíduos que costumam ter perda de consciência estão os alcoólatras, abusadores de drogas, seqüelados por doença neurológica, doentes mentais, idosos, pacientes de UTI (Unidade de Tratamento Intensivo), epilépticos ou pacientes que tenham feito anestesia geral recentemente ou que tenham sofrido algum traumatismo craniano.
Devemos lembrar também que existem vários estudos demonstrando aspirações em indivíduos sadios que se resolvem espontaneamente, não causando complicações pulmonares como a pneumonia.
O que se sente?
Este tipo de pneumonia poderá ter um curso agudo, crônico ou intermediário. Calafrios, febre, tosse e dor torácica são algumas das alterações que podem ocorrer nesta doença. Geralmente, a tosse é seca nos primeiros dias, mas costuma apresentar expectoração (catarro) nos dias subseqüentes. Este catarro poderá ter a cor amarela, verde ou até raias de sangue. O odor da secreção expectorada nos casos de pneumonia aspirativa por bactérias anaeróbias é típico: tem cheiro de podre (fetidez característica).
A dificuldade respiratória poderá ocorrer devido à dor causada por cada movimento respiratório – a dita “pontada”. Se a pneumonia for muito extensa, poderá ou não estar associada à cianose – coloração azulada da pele em torno da boca, nos lábios, nas orelhas ou extremidades dos dedos. A cianose traduz, neste caso, um sinal de gravidade.
Já os idosos, na maioria das vezes, não apresentam o quadro pneumônico típico descrito acima. Poderão apresentar uma piora no seu estado geral (mental inclusive), com adinamia, diminuição do apetite e, em muitos casos, sem febre.
Nas crianças pequenas, as alterações que costumam aparecer, afetam o estado geral destas. Comumente não surgem sinais ou sintomas específicos de pneumonia. São crianças que, geralmente, estão febrís, com diminuição na ingestão de alimentos (não querem mamar ou comer), choram bastante e a mãe ou responsável pode até notar a dificuldade respiratória da criança.
Algumas vezes, os indivíduos afetados apresentam sintomas por um longo período, com perda de peso e, até, anemia.
Como o médico faz o diagnóstico?
Normalmente, não é difícil para o médico definir tal diagnóstico. Usualmente, são indivíduos sabidamente alcoólatras ou com distúrbios neurológicos prévios que apresentaram, recentemente, algum episódio de perda de consciência – desmaiaram, dormiram bêbados, tiveram uma crise convulsiva ou dormiram e vomitaram deitados. Boa parte destes indivíduos, durante o curso da doença, apresenta odor pútrido na expectoração ou os demais sinais e sintomas de pneumonia.
A radiografia do tórax solicitada pelo médico costuma mostrar algumas particularidades da pneumonia por aspiração, confirmando tal diagnóstico. Exames laboratoriais poderão auxiliar o médico neste sentido.
Como se trata?
Os antibióticos representam a parte mais importante do tratamento. Normalmente, o antibiótico é definido de acordo com a suspeita do médico em relação a qual seria a bactéria causadora.
Certamente, a fisioterapia respiratória e a aspiração com sonda através do nariz e da boca, auxiliam na retirada de secreções que estão indo dos pulmões em direção à boca. Serão medidas importantes para a melhora dos pacientes – principalmente, naqueles com déficits neurológicos que não conseguem cooperar para sua melhora.
Como se previne?
A medida mais importante é o uso da posição semi-reclinada ou mais verticalizada naqueles indivíduos mais propensos à infecção pulmonar por aspiração. Conforme avaliação médica, pacientes com dificuldade de deglutição ou reflexos de defesa diminuídos poderão ser alimentados através de sondas que entram pelo nariz e chegam até o estômago ou intestino, para diminuir as chances de aspiração. Existem procedimentos cirúrgicos que, em alguns casos, podem ser úteis na prevenção deste problema.


1 - Movimentos Ativos: A – Flexão: Gentilmente flexione o punho para frente B – Extensão: Leve a mão para trás, estendendo o punho. C – Lateralmente: Leve a mão de um lado para outro Os exercícios a seguir são apenas um guia de tratamento básico, por isso o paciente deve fazer a reabilitação acompanhado de um fisioterapeuta, para que o programa seja personalizado.

A fisioterapia conta com muitas técnicas e aparelhos para atingir os objetivos, como: analgesia, fortalecimento muscular, manutenção ou ganho da amplitude de movimento de uma articulação, etc, e por isso, o tratamento não deve ser feito sem a supervisão de um profissional.


                                2 - Alongamentos:

A - Flex ão e Extensão de Punho: Com a mão lesionada flexionada para frente, use a outra mão para aplicar pressão. Mantenha 20 segundos e relaxe. Leve a palma da mão lesionada para trás e com a outra mão aplique pressão.


B - Flex ão de Punho em Pé: Em pé, apóie as costas das mãos em uma mesa, a palma e os dedos devem estar para cima, apontando para o seu corpo. Mantenha os cotovelos estendidos, incline-se para frente. Mantenha essa posição por 20 segundos e relaxe.


C. Extens ão de Punho em Pé: De frente para mesa, apóie as palmas das mãos na mesa, mantenha os cotovelos estendidos e incline o corpo para frente. Mantenha 20 segundos e relaxe.



3 - Flexão de Punho:
Segurando uma lata de molho de tomate, com a palma da mão para cima, flexione o punho.

Lentamente, volte à posição inicial.

Faça 3 séries de 10 repetições.


4 - Extensão de Punho:

Com a palma da mão para baixo, segurando uma lata de molho de tomate, lentamente, traga a mão para cima. Volte à posição inicial.

Faça 3 séries de 10 repetições.


5 - Flexão de Dedos:
Segure uma bola de borracha e aperte-a o máximo possível, mantenha por 5 segundos e relaxe.

Faça 3 séries de 10 repetições.




6 - Extensão de Dedos:
Com a palma da mão apoiada em uma mesa, levante um dedo, mantenha 5 segundos e relaxe.

Repita com os outros dedos até fazer 10 vezes cada dedo.


7 - Pronação e Supinação do Antebraço:
Com o cotovelo flexionado a 90º e apoiado no tronco, gire a palma da mão para cima e para baixo, sem mexer o cotovelo.

Faça 3 séries de 10 repetições.


FONTE



https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhy3pjeWn6_6dGCyAXgHeaThw9m1HnludPZTvYP0dKTiLfxv6IfjyZEao_CNLhYXGqGkZ3yOu5aiDq3rXq0Y3xc65numi83aH5iBG9ZobgalgV3uC4_dDZ6fzXUvOrp-FFl-14uvxZ5SbfT/s1600/3.jpg

Conceito: tratamento fisioterapêutico nas disfunções uroginecológicas e obstétricas. O tratamento é feito através de orientações, terapia comportamental, biofeedback, eletroestimulação, cinesioterapia, treinamento global, ginástica hipopressiva.

Os materiais utilizados são: Biofeedback-perina, eletroestimulador, cones vaginais, luvas, camisinhas não lubrificadas, papel toalha, papel lençol, gel lubrificante e maca.

- Indicações:

Incontinênica urinária;
Obstetrícia;
Dor pélvica crônica
Constipação intestinal;
Sexualidade;
Qualidade de vida.
Saúde do sistema circulatório reflete na longevidade


As doenças cardiovasculares como o infarto do miocárdio e o acidente vascular cerebral (derrame) são a principal causa de morte em adultos em nossa sociedade. Sabendo disso, falar que "O homem tem a idade das suas artérias" não é nem de longe um conceito errado. A frase entre aspas, de autoria incerta, reflete algo já sabido há muitos anos: A saúde do sistema circulatório reflete diretamente na longevidade do indivíduo, bem como em sua qualidade de vida.

Todos nós já ouvimos que o corpo humano é como "uma máquina das mais belas e complexas que existem". Essa comparação, um tanto quanto poética, tem algumas verdades embutidas. A maioria de nós tem a felicidade de nascer com plena saúde, sem doenças congênitas. Nosso corpo, quando jovem, é marcado pelo vigor e pela manifestação da saúde de todos os órgãos e sistemas e pelo bem-estar que isto gera. Porém, da mesma forma que máquinas, nosso corpo também é sujeito aos desgastes do tempo, e também requer zelo e cuidados para que sua duração seja prolongada e a qualidade de seu funcionamento preservada. 
Sistema Circulatório
O sistema circulatório está presente em todos os pontos de nosso organismo. É formado por vasos de calibres que vão de 2,5 centímetros de diâmetro até capilares de milésimos de milímetro. Se todos os vasos sanguíneos de um único corpo humano fossem posicionados de ponta a ponta, teriam dezenas de milhares de quilômetros de comprimento. Nesses vasos correm aproximadamente 5,8 litros de sangue (para uma pessoa de 75 kg). Os vasos podem ser divididos em artérias e veias. As artérias, objeto desta matéria, são responsáveis por levar o sangue rico em oxigênio em nutrientes até cada célula de nosso corpo.

Uma vez explicado o papel das artérias em nosso organismo, é bastante fácil deduzir que quando estas estão doentes, seu impacto pode atingir todo o organismo. 
Nosso corpo também é sujeito aos desgastes do tempo, e também requer zelo e cuidados para que sua duração seja prolongada
Aterosclerose
A aterosclerose é um processo degenerativo da parede das artérias, semelhante a uma "placa de gordura" que provoca um estreitamento ou fechamento completo do vaso. Com isto, a circulação sofre uma interrupção, que em situações extremas pode levar a morte das células naquele ponto. Por exemplo, a interrupção severa da circulação nas artérias da perna pode levar a gangrena. As causas da aterosclerose já são bastante conhecidas pela população em geral:

- Hipertensão arterial: Pode ser chamada também de pressão alta. Ela leva a um estresse físico sobre a parede arterial, provocando lesões nas suas camadas internas que predispõe à formação das placas de ateroma

- Diabetes: Uma doença bastante agressiva também para o sistema circulatório. Provoca tanto a calcificação dos vasos maiores quanto a obstrução dos microvasos sanguíneos (chamado de microangiopatia). Um paciente diabético tem 50 vezes mais chance de vir a sofrer uma amputação das pernas que indivíduos sem a doença.

- Tabagismo: O hábito de fumar já e frequentemente associado ao câncer de pulmão. Mas as artérias também são alvos principais, e são atingidas nos mais diversos territórios, como no coração, pernas e artérias que irrigam o cérebro.

- Dislipidemias: O chamado colesterol alto também é um elemento conhecido por provocar o aparecimento de placas de ateroma. 
Mantendo suas artérias jovens
Os cuidados básicos para a saúde do sistema circulatório são os já conhecidos dentro do conceito de vida saudável

- Dieta Equilibrada: Em essência, são dietas ricas em fibras, verduras, frutas, cereais integrais, carnes magras e com conteúdos reduzidos de gorduras saturadas, sal e açúcares. Existem milhares (para não dizer milhões) de artigos na internet sobre o assunto. Mas o ideal é buscar orientação individualizada com um profissional nutricionista.

- Não fumar: O ideal é nem começar. Para quem já fuma, existe ajuda para abandonar o vício, como medicamentos, goma de mascar e adesivos. Um clínico geral pode te ajudar. 
- Controle de fatores de risco: Quem já é portador de hipertensão arterial, diabetes e colesterol alto deve compreender que o controle destas doenças é essencial para evitar suas complicações. Orientação médica regular e continuada é a melhor estratégia para controlá-las.

- Exercícios físicos: Além dos benefícios orgânicos, promovem uma agradável sensação de bem-estar e melhoram o humor. Dependendo de sua idade, convém procurar orientação médica antes de iniciar sua vida de atleta. Como existem milhares de opções, um educador físico pode te ajudar a escolher a melhor atividade para você.

Cuide de suas artérias e elas lhe retribuirão com uma vida longa e saudável.

Fonte: Minha Vida
Acidente Vascular Cerebral

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O AVC ou popularmente conhecido como derrame cerebral, pode ser compreendido como uma dificuldade em maior ou menor grau do fornecimento de sangue e seus constituintes para uma determinada área do cérebro. Ele ocasiona uma lesão parcial ou total dessa área atingida tendo como conseqüência a perda ou diminuição das respectivas funções. Funções essas que podem comprometer a coordenação e/ou a motricidade dos membros, o comportamento do indivíduo (confusão mental, agressividade), perda ou dificuldade de fala, entre outras alterações.

Existem basicamente 2 tipos de AVC:

Isquêmico: considerado o tipo mais comum de AVC (80%), ele ocorre quando não há passagem de sangue para uma determinada área, por uma obstrução do vaso ou redução do fluxo sanguíneo. Nesta modalidade de AVC, podemos destacar casos em que o paciente apresenta o episódio associado ou não a uma sequela, porém em menos de 24 horas o paciente consegue recuperar sua normalidade. Este tipo de AVC é o chamado de "Transitório".
Hemorrágico: quando existe um rompimento de um vaso sanguíneo, ocorrendo o extravasamento do sangue em uma determinada área do encéfalo. Na maioria dos casos, este tipo de AVC é causado por um descontrole da Pressão Arterial.
Tratamento

O trabalho de reabilitação fisioterápica realizado por nossa equipe é composto de um conjunto de procedimentos, exercícios e técnicas que visam restabelecer o máximo possível, uma função perdida, evitar deformidades em articulações, ou em casos irreversíveis, adaptar o paciente em suas novas limitações. É importante deixar claro, que a recuperação deste paciente dependerá não só do tipo de lesão e extensão desta, mas também da colaboração e entendimento do indivíduo. Casos em que o paciente se apresenta confuso ou agressivo, dificilmente teremos uma boa resposta ao tratamento.

O principal objetivo do fisioterapeuta em um quadro de AVC é:

Minimizar os efeitos das anormalidades do tônus muscular.
Manter uma amplitude de movimento para impedir deformidades.
Reeducação de mobilidade nas atividades funcionais básicas (mudanças de decúbito, sentar e transferências).
Promover a conscientização corporal, estimulando o máximo possível o lado plégico (paralisado).
Melhora do equilíbrio em pé e reeducação da marcha.
Independência física.


Intervenção da família na reabilitação.

Faz parte de nossa missão, promover a integração entre nossa equipe de fisioterapeutas e a família do paciente, para proporcionar uma melhor recuperação e qualidade de vida. Assim, através de um programa de treinamento e participação do familiar, o paciente terá uma melhor evolução e adaptação, tanto em relação aos seus limites, como aceitando a sua nova realidade de vida.
Fisioterapia no NASF

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Há um tempo atrás o governo federal incluiu o Fisioterapeuta no programa do NASF (Núcleo de Apoio à Saúde da Família), que ja tinha como profissionais dentro da equipe básica, formada pelo médico, enfermeira, técnico de enfermagem e agentes comunitários de saúde e posteriormente, o odontólogo.

O NASF é constituído por equipes compostas por profissionais de diferentes áreas de conhecimento, incluindo o fisioterapeuta, os quais trabalham em parceria com os profissionais das equipes de Saúde da Família, atuando diretamente no apoio as equipes e na unidade na qual o NASF está cadastrado. Essa relação prevê uma revisão da prática do encaminhamento com base nos processos de referência e contra-referência, ampliando-a para um processo de acompanhamento longitudinal de responsabilidade da equipe de Atenção Básica/Saúde da Família, atuando no fortalecimento dos seus atributos e papel de coordenação do cuidado no SUS.

A equipe é composta por no mínimo cinco profissionais, definidos pelos gestores municipais, dentre as seguintes ocupações: Médico Acupunturista, Assistente Social, Professor de Educação Física, Farmacêutico, Fisioterapeuta, Fonoaudiólogo, Médico Ginecologista, Médico Homeopata, Nutricionista, Médico Pediatra, Psicólogo, Médico Psiquiatra e Terapeuta Ocupacional. O seu funcionamento também ocorre paralelamente ao do PSF do município, com carga horária de 40 hs semanais, podendo envolver dois profissionais com 20hs semanais cada. É importante destacar que a composição será definida pelos gestores municipais, seguindo os critérios de prioridade identificados a partir das necessidades locais e da disponibilidade de profissionais de cada uma das diferentes ocupações, por isso, é necessário um estudo do perfil de cada cidade a ser implantada.

Tendo em vista, a magnitude epidemiológica dos transtornos mentais, recomenda-se que cada NASF conte com pelo menos 1 (um) profissional da área de saúde mental. Um NASF poderá prestar apoio a equipes de Saúde da Família de mais de um município, o que chamamos de consórcios entre os municípios menores em habitantes. Sendo assim, o profissional fisioterapeuta habilitado a atuar na promoção e proteção da saúde, prevenindo e reabilitando em níveis individual e coletivo, é de suma importância a sua inserção dentro deste programa. Associado ao PSF, suas práticas se traduzem em um novo modelo de atenção que abrange e privilegia toda a comunidade, ganhando resolutividade e efetividade, valorizando a nossa profissão por todos que são assistidos e os assistem.

Tornando-nos agentes ativos transformadores do processo saúde-doença da nossa população, o que implica numa melhoria da qualidade de vida de todos. Afinal, somos profissionais que buscamos uma harmonia que vai além do corpo (físico), mas de todo um convívio social.

É uma oportunidade brilhante de mostrarmos o nosso papel, com estratégias e ações sólidas, que no futuro não muito distante, darão doces e bons frutos.
Equoterapia acelera em 30% a recuperação de pacientes

O Projeto Equoterapia, desenvolvido pelo Departamento de Zootecnia da Esalq (Escola Superior de Agricultura "Luiz de Queiroz"), em Piracicaba, completa 10 anos neste mês de agosto com uma marca: o tratamento acelera em 30% a recuperação dos pacientes.
Um tratamento terapêutico que utiliza o cavalo como instrumento de reabilitação de pessoas portadoras de deficiência física ou mental, a equoterapia tem o objetivo de melhorar o desenvolvimento físico, psíquico, cognitivo e social de quem possui algum desses problemas.
O coordenador geral do projeto, Cláudio Maluf Haddad, explica que o cavalo, ao andar, exige que o cavaleiro faça movimentos determinantes para se manter em cima do animal, o que fortalece e desenvolve seus músculos. Em uma comparação simplificada, a atividade funciona como uma fisioterapia realizada com a ajuda do cavalo.
"Entretanto, a recuperação dos pacientes se mostra mais rápida com a equoterapia. Além deles se envolverem com o animal, o ambiente ao ar livre é gostoso e a troca é muito proveitosa", explica Haddad. Pessoas com vários tipos de problemas, como síndrome de down, paralisia cerebral e esquizofrenia são atendidas semanalmente.
Seis profissionais estão envolvidos nas atividades, que acontecem de terça à sexta-feira, durante todo o dia para atender, atualmente, 72 pessoas. Fisioterapeuta, fonoaudiólogo, psicólogo, terapeuta ocupacional, professor de educação física e o profissional de equitação fazem as sessões com os pacientes.
História
A equoterapia, utilizada como prática terapêutica há várias décadas na Europa e EUA, foi formalizada no Brasil em 1989 com a constituição da Associação Nacional de Equoterapia (Ande-Brasil), que regulamentou o método em parceria com a Sociedade Brasileira de Medicina Física e Reabilitação.
Em junho de 1997, o Conselho Federal de Medicina reconheceu a Equoterapia como método terapêutico com indicações para portadores de paralisia cerebral, acidentes vasculares cerebrais (AVC), traumas craneoencefálico, Síndrome de Down, Síndrome de West, dependência química, incoordenação motora, distúrbios visuais, auditivos e da fala, autismo, estresse e outros.
Fisioterapia: indicada para todas as doenças respiratórias

  1. A fisioterapia é o tratamento de doenças, utilizando agentes físicos com a finalidade de recuperar a alteração da função respiratória do paciente. Inicialmente voltada para as doenças que apresentam limitação crônica do fluxo aéreo (asma, enfisema, bronquite crônica e bronquiectasias), atualmente é indicada em praticamente todas as doenças respiratórias, nas unidades de terapia intensiva, pré e pós-operatório e no nível ambulatorial para adultos e crianças. Tem também uma indicação preventiva para evitar complicações respiratórias, sobretudo nos pacientes submetidos a cirurgia abdominal, ortopédica, torácica ou cardíaca.
  2. Suas principais metas são:
  3. 1. Prevenir o acúmulo de secreções nas vias aéreas, que interfere na respiração normal;
  4. 2. Favorecer a eficácia da ventilação;
  5. 3. Promover a limpeza e a drenagem das secreções;
  6. 4. Melhorar a resistência e a tolerância à fadiga, durante os exercícios e nas atividades da vida diária;
  7. 5. Melhorar a efetividade da tosse;
  8. 6. Prevenir e corrigir possíveis deformidades posturais, associadas ao distúrbio respiratório;
  9. 7. Promover Suporte Ventilatório adequado, bem como sua retirada, em pacientes internados nas Unidades de Terapia Intensiva.
  10. Pacientes com crises repetidas de asma e bronquite, principalmente se ocorre intensa produção de secreção dentro dos brônquios, a fisioterapia respiratória tem grande indicação, principalmente se ocorre grande secreção dentro dos brônquicos, situação essa que poderia levar a quadros associados de pneumonia. A asma, também conhecida como bronquite asmática ou bronquite alérgica, acompanha-se de uma inflamação crônica dos brônquios e sintomas como falta de ar, aperto no peito, cansaço, chiados e tosse persistente. Ocorre que cerca de 10% da população brasileira, sendo mais freqüente em crianças. A asma e a bronquite causam obstrução brônquica, dificultando a saída do ar de dentro dos pulmões. O papel do fisioterapeuta é justamente fazer a desobstrução brônquica. Assim que é diagnosticada a asma ou bronquite, é importante que a pessoa procure este especialista para fazer a sua reeducação respiratória, através dos exercícios de relaxamento, postura e o uso do inalador. Isso ameniza muito as crises, diminuindo também a incidência de processos infecciosos pulmonares.
  11. O fisioterapeuta também tem um papel fundamental no auxílio às pessoas com seqüelas respiratórias causadas por uma forte pneumonia. Nesses casos, pode ocorrer derrame na pleura (“capa” que envolve os pulmões), isto é, um acúmulo de secreção ou água no local. A fisioterapia respiratória, através de ventilação e exercícios próprios, chega a atingir 100% de regressão e melhora desse tipo de quadro clínico.
  12. Na UTI, a fisioterapia respiratória tem um caráter mais dinâmico e objetivos diferentes. Auxilia na manutenção das funções vitais, através da prevenção e/ou tratamento das doenças cardio-pulmonares, circulatórias, reduzindo assim, a chance de possíveis complicações e o tempo de ocupação do leito. Cabe também ao fisioterapeuta, na admissão do paciente em UTI, adequar o suporte ventilatório necessário, através da instalação imediata de oxigenoterapia e ventilação mecânica.
Fisioterapia na osteonecrose do joelho



A osteonecrose é a designação da uma patologia histologicamente caracterizada pela necrose ( morte do tecido ósseo ) de determinada área óssea intra-articular no joelho. Na sua origem estão por certo alterações da irrigação sanguínea da massa óssea. A sua manifestação a nível do joelho, está presente em 10% dos casos totais da doença.
A osteonecrose do joelho deve ser separada em duas categorias: osteonecrose primária, também conhecida como osteonecrose idiopática, que não é identificada causa e osteonecrose secundária, onde é possível identificar alguns dos fatores promotores da doença. A osteonecrose idiopática do joelho manifesta-se como dor aguda no joelho de pacientes idosos. Ela é três vezes mais comum em mulheres que em homens.
Recentemente, há algumas indicações que apontam como causa da osteonecrose idiopática, os microtraumatismos impostos a um joelho osteoporótico.
Na osteonecrose secundária, apesar de não se comprovar uma causa, são identificados os factores de risco como, a corticoterapia ( factor mais significativo ), o alcoolismo crónico, as doenças auto-imunes ( lúpus eritematoso sistémico ), a doença de Gaucher, a  drepanocitose.

No caso da osteonecrose espontânea do joelho, esta atinge maioritariamente mulheres com mais de 60 anos, com patologia osteoporótica associada. Geralmente manifesta-se apenas numa superfície articular do joelho ( frequentemente o condilo ou o prato tibial internos ) e unilateralmente.
A sintomatologia é dominada pela dor difusa no joelho, que geralmente surge subitamente durante o esforço em carga ( caminhada, subir ou descer escadas ), ou por vezes, durante o repouso nocturno.

Quanto à sintomatologia na osteonecrose secundária, a dor no joelho surge insidiosamente, com agravamento progressivo, simulando muitas vezes processo degenerativo – artrose.

Assim, é uma patologia que obriga a uma rigorosa avaliação clínica, analítica e imagiológica, para afastar outro tipo de patologias com manifestação no joelho, nomeadamente a artrose, a osteocondrite dissecante, a rotura meniscal, a doença da cartilagem, a contusão óssea pós-traumática, a osteopenia transitória do joelho.

A avaliação imagiológica faz-se inicialmente com a radiografia dos dois joelhos e eventualmente com a Tomografia Computorizada, a Ressonância Magnética ou mesmo com a cintigrafia óssea.

O tratamento, numa fase inicial, poderá ser apenas de carácter conservador, mas nos casos de extensa necrose óssea, há a necessidade muito frequente de se ter que levar a efeito, um tratamento cirúrgico artroscópico.

O tratamento fisioterapêutico de um quadro de osteonecrose traumática da cabeça femoral associada com osteoartrose da articulação coxo-femoral é bastante limitado. O objetivo principal é manter a função do membro acometido, diminuir a crepitação e os estalidos através da mobilização articular, promover a conscientização corporal evitando as compensações posturais, treinar a marcha com órteses e preparar o paciente para uma possível intervenção cirúrgica.  Pode ser aplicado cinesioterapia através de alongamentos ativos dos principais grupamentos musculares de membros inferiores com auxílio de faixas elásticas, Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (inibição autogênica), mobilizações ativas do quadril em todas as amplitudes usando a bola bigeminada, a bola suíça e exercícios na bicicleta estacionária.

Devido ao quadro patológico avançado do paciente, a algia e as restrições de mobilidade, bem como, as restritas sessões fisioterapêuticas, não pode ser visualizada evolução clínica. Foi percebida apenas uma melhora na conscientização corporal e a diminuição das crepitações após as mobilizações do quadril.

O prognóstico é tanto melhor quanto menor for a extensão da área de doença, já que a necrose da massa óssea, arrasta consigo a cartilagem que lhe está adjacente.
Fisioterapia na tendinite de aquiles em atletas



A tendinite no calcâneo é a inflamação  do tendão de Aquiles ou , mais comumente, do seu paratendão. Pode acontecer a qualquer pessoa, sendo mais comum em atletas de fim de semana de meia idade. Entre atletas profissionais, a maioria dos casos parece ocorrer em esportes  como corrida de longa distância,  futebol, tênis, basquete e ciclismo.

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O indivíduo geralmente se queixa de uma dor na região posterior do tornozelo, que piora com o início da atividade, melhora com o decorrer da mesma, e piora após a parada do exercício. Com a evolução, a dor se torna constante e permanece mesmo em repouso.

Para fazer uma recuperação decente em um atleta com essa lesão, o aspecto mais desafiador da reabilitação é preparar o complexo músculotendíneo para suportar as forças repetitivas de até 10 vezes o peso corporal, sem traumatizar o tendão.  

Os objetivos principais com este paciente são:

Mobilização Articular

Treino Proprioceptivo

Manutenção da força muscular

Treino correto do gesto esportivo.


No estágio subagudo, deve ser aplicada tensão ao tendão de Aquiles para estimular a produção de colágeno e para direcionar apropriadamente as fibras ao longo das linhas de estresse.  Alongamentos com bandagens estabilizando a região se fazem necessárias.  As bandagens funcionais, ferramenta essencial na reabilitação, promovem uma rápida recuperação e evita a perda da função do atleta, pois promove um retorno precoce a atividade ou competição esportiva dentro de uma amplitude cuidadosa, com a área lesada protegidas por eventual lesões futuras e lesões compensatórias.

O tratamento pode começar com mobilização de calcâneo, mobilização ativa de tornozelo, exercícios de fortalecimento da musculatura flexora, extensora, inversora e eversora de tornozelo e treino do gesto esportivo.

Orientação quanto ao movimento correto, tipo de calçado usado, alongamentos da panturrilha e tendão, dever ser repassado ao paciente.
Luxação de cotovelo

A luxação do cotovelo pode ocorrer em vários movimentos dentro das lutas de contato. Os mais comuns são as chaves, principalmente o "arm-lock". Nessa chave ocorre a hiperextensão do cotovelo com lesão dos músculos pronador redondo e braquial, ainda ocorre a lesão do ligamento colateral medial e da cápsula ligamentar anterior.

Nessa lesão o paciente não consegue movimentar o cotovelo e apresenta grande dor, inchaço e deformidade que podem dar a aparência de fratura. O atleta deve ter seu cotovelo imobilizado e procurar auxílio médico de modo urgente. No hospital o atleta deverá ser submetido a radiografias que evidenciarão a luxação. O médico então deverá realizar uma manobra para que cotovelo recomponha suas formas originais.

O cotovelo não deve ser tratado por profissionais não médicos devido à possibilidade de lesão vascular, neurológica e fraturas, inclusive durante a manobra de redução.

Após a redução, se não houver outras lesões, o atleta deverá ficar imobilizado com tala gessada por cerca de 3 semanas e após esse período em geral há uma cicatrização que impede a reluxação, mas a recuperação depende de características próprias de cada organismo. Muitas pessoas podem ficar com uma instabilidade em valgo residual que a longo prazo pode causar dor e formigamento no 4° e 5° dedos da mão devido ao estresse do nervo ulnar como coseqüência da lesão do ligamento colateral medial do cotovelo. Em geral as manifestações tardias são leves e não requerem intervenção cirúrgica.
Mesmo com a grande extensão de lesão o atleta consegue em cerca de um mês retornar às suas atividades.

Raras vezes é necessário cirurgia para a redução da luxação.

Os atletas podem ter luxação do cotovelo com as chaves americana, americana invertida e em quedas e o tratamento segue os mesmos princípios acima, apenas as áreas lesadas são diferentes. A americana pode lesar o ligamento colateral medial e o tríceps, a americana invertida lesa o ligamento colateral lateral e pode fraturar o processo coronóide do cotovelo e finalmente na queda ocorre luxação pelo mecanismo póstero-lateral-rotatório pela movimentação em valgo, supinação e compressão axial com o cotovelo semi-extendido lesando a banda ulnar do ligamento colateral lateral ( ligamento colateral ulnar lateral ), cápsula e finalmente ligamento colateral medial.

Todas essas leões dificilmente deixarão seqüelas desde que tratadas com urgência e acompanhadas por um profissional da área habilitado.

Fonte
Reabilitação fisioterapeutica para paciente com AVC

O Acidente Vascular Encefálico (AVC), também definido como infarto cerebral, causa comprometimento da função cerebral devido à isquemia ou hemorragia, e tem como sua principal manifestação a hemiparesia (paralisia parcial ou fraqueza muscular que atinge uma só metade do corpo ou parte dela, em conseqüência de lesão dos centros nervosos ou das vias motoras do SNC).
Cerca de 70% dos pacientes que sobrevivem tem comprometimento da capacidade profissional, 16% permanecem institucionalizados e 20% requerem assistência para deambulação.

Entre os pacientes que sobrevivem após um mês do AVC, 10% experimentam uma recuperação espontânea quase completa, 10% não têm benefício de qualquer forma de tratamento e 80% se beneficiam com a reabilitação.

Os seguintes fatores devem ser considerados na escolha dos candidatos para reabilitação, uma vez que caracterizam mau prognóstico:
· Capacidade diminuída do paciente em seguir instruções verbais,
· Condições físicas do paciente que prejudiquem a realização dos exercícios,
· Idade avançada,
· Existência de problemas cognitivos e de memória,
· Existência de AVC´s prévios ou de seqüelas dos mesmos (incontinência urinária ou fecal, déficits viso-espaciais, déficits de equilíbrio).

Avaliação

Os principais problemas funcionais são:
· Força muscular ausente ou diminuída;
· Contraturas articulares
· Incoordenação motora
· Anormalidades do tono muscular (particularmente hipertonia)

É importante observar no paciente hemiplégico seu grau de incapacidade e seu potencial para recuperação. Se o tratamento de reabilitação não for imediato poderão aparecer contraturas articulares, principalmente no ombro e tendão de Aquiles, além de outras complicações.

Fases de recuperação do paciente hemiplégico, que são bases do diagnóstico ou da avaliação da incapacidade:

1º Fase - Flacidez;
2º Fase - Desenvolvimento gradual de espasticidade com início de sinergismo;
3º Fase - Aumento da espasticidade com aumento do controle voluntário das sinergias, se o paciente cooperar;
4º Fase - Diminuição da espasticidade com aumento do controle dos componentes sinérgicos. A recuperação pode terminar nesta fase com a persistência das sinergias ou com a diminuição parcial das sinergias totais;
5º Fase - Sinergias já não controlam os atos motores;
6º Fase - Desenvolvimento do movimento articular individual com início de coordenação.

Inicialmente os membros afetados ficam totalmente paralisados. Os reflexos profundos geralmente retornam em 48 horas, havendo uma progressão gradual de flacidez para espasticidade até o tono muscular normal. Em alguns casos a hemiplegia pode persistir.
Na fase da espasticidade há hiperreflexia, clonos e sinal de Babinski. O paciente começa a assumir uma posição típica com o membro superior afetado permanecendo em rotação interna, aduzido e antebraço pronado, punho e dedos flexionados. No membro inferior, hipertonia dos extensores resulta numa retração e elevação anatômica da pelve, extensão, adução e rotação interna da coxa, extensão do joelho, flexão plantar do tornozelo e inversão do pé.
O período flácido prolongado, início tardio dos movimentos (2 a 4 semanas), ausência de movimento voluntário da mão (4 a 6 semanas) espasticidade proximal intensa e retorno tardio dos reflexos são caracterizados como mau prognóstico.
Hiperreflexia: presença de reflexos nervosos exagerados.
Clonos: Sinal de espasticidade no qual a perna treme ou sacode involuntariamente quando o dedão do pé é colocado no chão com o joelho ligeiramente dobrado. O tremor é causado por  contrações musculares reflexas rítmicas e repetitivas.
Sinal de Babinski: Extensão lenta do hálux, por vezes também de outros artelhos, provocada pela excitação mecânica da borda externa da planta do pé. Normalmente o que deve ocorrer é a flexão desses dedos.

Tratamento

Fase inicial: intervenção reabilitativa na fase aguda

Na fase inicial da hospitalização, os esforços devem ser no sentido de evitar complicações.
· Posicionar e exercitar passivamente as extremidades paralisadas para evitar a rigidez articular, atrofia muscular e encurtamento de tendões.
· Realizar mudanças freqüentes de decúbito para evitar o aparecimento de escaras.
· Usar colchões do tipo piramidal.
· Leito plano para evitar contraturas do quadril e joelho.
· Posicionar o tornozelo e o pé em 90° através de suporte ou órtese, para evitar o pé eqüino.
· Posicionar o membro superior com discreta abdução do ombro, ligeira flexão do cotovelo e apoiar o antebraço sobre um travesseiro, elevando-o, prevenindo edemas terminais.
· Cerca de 48 horas após o AVC, realizar fisioterapia no leito, terapia ocupacional e fonoaudiologia, conforme indicação.

Fase tardia: tratamento após fase inicial

Treinamento para retorno à marcha normal
1. transferência independente do leito para cadeira de rodas e assumir posição ortostática;
2. estímulo do equilíbrio e aumento da força dos músculos ortostáticos em barras paralelas. Um espelho defronte ao paciente auxilia na correção das alterações posturais;
3. deambulação com apoio nas barras paralelas;
4. deambulação com auxilio técnico, bengala de quatro pontos, muleta ou bengala reta;
5. marcha em rampa, degraus e terrenos acidentados.

Paralelamente deve ser trabalhado o lado não paralisado com a utilização de pesos e exercícios em colchonetes para aumentar a força muscular e melhorar o equilíbrio e a coordenação.
O sucesso obtido na reabilitação do MI não pode ser alcançado no treinamento funcional e recuperação motora do MS. Se após 5 ou 6 meses de treinamento não houver evidencias de recuperação, poucas são as chances de retorno de alguma função útil para a mão.
A Terapia Ocupacional treina o hemiplégico a atingir independência nas atividades de vida diária e contribui para o ajuste social do paciente, devolvendo auto-estima, confiança e independência. A extremidade afetada, caso não tenha retorno motor adequado, deve ser treinada para funcionar como membro auxiliar.

Espasticidade

É uma hipertonia que surge em decorrência da perda da inibição central do reflexo miotático, resultante de lesões do primeiro neurônio ou da interrupção das suas vias. Clinicamente e hipertonia predomina nos músculos antigravitacionais, resultando no padrão flexor MS e extensor MI. A espasticidade tem como uma de suas conseqüências a perda da movimentação seletiva, provocando movimentos em bloco.
Para o tratamento da espasticidade as medidas mais indicadas são:
· Miorrelaxantes;
· Órteses: para controlar tendências deformantes;
· Métodos não invasivos: como bloqueios de nervos periféricos e biofeedback;
· Estimulação Elétrica Funcional (FES): visando o recondicionamento muscular e reorganização do ato motor;
· Técnicas cirúrgicas: como tenotomias ou alongamento de tendões.
Saiba mais sobre o Mal de Alzheimer

O Mal de Alzheimer é uma doença silenciosa, que se mostra aos poucos. No Brasil, segundo o IBGE, estima-se que 1,2 milhões de pessoas sofram da doença - 100 mil novos casos por ano. Segundo Yolanda Boechat, geriatra e coordenadora do Centro de Referência em Atenção ao Idoso da UFF-RJ, o único fator universalmente aceito para o diagnóstico da doença é a idade. O histórico familiar também é levado em consideração, mas sem tanta precisão.

No entanto, conforme a evolução de pesquisas científicas, outros fatores que influenciam direta ou indiretamente o desenvolvimento da doença são descobertos. Segundo estudo realizado por pesquisadores do San Francisco VA Medical Center, Estados Unidos, sete hábitos podem ser fatores de risco para a demência: sedentarismo, uso de álcool, depressão, tabagismo, diabetes, hipertensão na meia idade e obesidade.

Aproximadamente 33,9 milhões de pessoas no mundo sofrem do Mal de Alzheimer. Dessas, segundo o estudo, 17,2 milhões de casos (que representam 51%) estão ligadas aos fatores citados acima. No entanto, vale ressaltar que as descobertas são frutos de pesquisas e ainda não são considerados fatores determinantes para o desenvolvimento da doença, embora a influência já seja conhecida.

De onde vem o Alzheimer?

Entender de onde vem esse tipo de demência cerebral facilita no entendimento dos fatores de risco. O neurologista e geneticista David Schlesinger, do Hospital Albert Einstein, explica que o Alzheimer surge do acúmulo de uma proteína chamada beta-amilóide no cérebro - que, na verdade, acontece em todas as pessoas.

Mal de Alzheimer - Getty Images"O que vai determinar que uma pessoa manifeste a doença ou não são duas coisas. Primeiro, o quanto de cérebro ela tem. Se ela usa mais o cérebro e estudou mais, resiste mais à lesão. A segunda coisa é o quanto de outras lesões pode estar presente", diz o neurologista, explicando que as demais lesões são provenientes de doenças cardiovasculares. O uso do cérebro, lembra Yolanda, contribui com o aumento de ligações entre os neurônios, retardando o aparecimento da demência.

Demência mista

A maioria dos fatores citados pela pesquisa do San Francisco VA Medical Center influencia a saúde cérebro-vascular. Cássio Bottino, psiquiatra do Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP, explica que os indicadores fumo, obesidade, hipertensão e diabetes contribuem para o aumento de lesões que facilitam a perda de cognição do cérebro.

Há uma relação entendida pelos especialistas como demência mista: as doenças vasculares influenciam de tal forma o desenvolvimento do Mal de Alzheimer que, segundo Schlesinger, é raro encontrar pacientes cuja doença cresceu apenas graças ao aumento da proteína beta-amilóide. "A maioria das pessoas com demência tem Alzheimer e demência vascular", conta.

A geriatra Yolanda explica que a síndrome metabólica eleva a incidência de doença vascular cerebral, além de aumentar o estresse oxidativo. A síndrome é a associação de doenças como obesidade, hipertensão arterial, hiperglicemia (níveis elevados de açúcar no sangue), aumento dos níveis de triglicérides, diminuição dos níveis de colesterol "bom" HDL e aumento dos níveis de ácido úrico no sangue.

Em comum, todos esses males provocam um maior acúmulo de gordura no sangue, dificultando a circulação pelo corpo. Com isso, há um aumento de lesões microcardiopáticas, assim como a atrofia cerebral. O excesso de glicose no sangue, proveniente do diabetes, tem as mesmas consequências. Segundo a especialista, esses fatores, juntos, podem elevar a perda da memória em até 40%.

Hipertensão

A hipertensão funciona na mesma linha de danos. De acordo com Cássio Bottino, esse problema lesiona os vasos sanguíneos, em especial os do cérebro, que são muito sensíveis. A manutenção da pressão alta pelo organismo provoca lesões nos pequenos vasos cerebrais, sensíveis e vulneráveis. Danificados, eles acabam levando menos sangue, oxigenação e nutrientes para o cérebro.

O tecido cerebral é muito dependente da oxigenação do sangue. "Se há uma diminuição do fluxo sanguíneo e, consequentemente, da oxigenação, acaba existindo um risco de o cérebro perder função", esclarece. Segundo o estudo, o maior risco ocorre para portadores da hipertensão desde a meia-idade. Isso, segundo Bottino, acontece porque os grandes riscos acontecem pela manutenção da pressão alta. Quando uma pessoa desenvolve hipertensão, ela costuma mantê-la até o fim da vida, apenas cuidando de seu controle. Com o tempo, esse mal vai danificando os vasos sanguíneos do cérebro, levando à diminuição da parte do tecido cerebral em funcionamento. 

Cigarro - Getty Images
Tabagismo e álcool

Outro fator indicado pela pesquisa é o tabagismo. "O fumo aumenta muito a exposição a uma maior lesão de qualquer célula, não só neuronal", conta Yolanda Boechat. No caso do cérebro, o cigarro acelera o processo de envelhecimento neurológico e atrofia cerebral, o que agrava as chances de Alzheimer. Além disso, lembra Cássio, é possível que o risco aumente por causa de pequenos infartos cerebrovasculares que aumentam a morte de neurônios.

Já o álcool pode ser uma faca de dois gumes, tudo depende da quantidade ingerida. Trabalhos científicos mostram que o consumo moderado atua em prol da saúde do coração e do cérebro, podendo retardar o aparecimento do Mal de Alzheimer. No entanto, segundo Yolanda, o consumo de mais de duas doses diárias aumenta em quase 10% as chances de ter distúrbios neurológicos. Bottino esclarece esse dado, dizendo que o alcoolista crônico terá perda de tecido cerebral - ou seja, o tamanho de seu cérebro diminuirá -, além de esquecimento e perda de memória recente.

Sedentarismo

A rotina sedentária também foi apontada como uma atenuante da demência. Além de a atividade física ser poderosa combatente da obesidade - um dos fatores apontados pelo estudo -, ela banha o cérebro com endorfina. Esse hormônio é um antioxidante responsável por fazer uma espécie de varredura no cérebro, como explica Yolanda. Assim, existe uma ação contra o envelhecimento cerebral. "A prática regular de atividade física também contribui com a irrigação sanguínea das células neuronais, melhorando as suas funções", conta a médica. 

Depressão

Por fim, os pesquisadores indicaram a depressão como agravante do Alzheimer. A geriatra Yolanda Boechat conta que essa doença leva a pessoa ao isolamento social, fazendo com que ela tenha menor contato com outras pessoas. Com pouco contato, o portador da depressão acaba não usando muito a sua habilidade de memória social, diminuindo a capacidade de comunicação entre um neurônio e outro. "Se não for tratada, em longo prazo, a depressão pode levar à falência da área especifica da memória", diz. Além disso, acrescenta Bottino, a depressão tem sido associada à diminuição do hipocampo, região do lóbulo temporal associada ao processamento de memória recente.

Apesar de trabalhos científicos apontarem esses fatores como agravantes do Mal de Alzheimer, os três especialistas afirmam que as relações são parciais, ou seja, não existem estudos que definam com precisão a influência. Por isso, os setes fatores são considerados relacionados, e não determinantes, para o desenvolvimento da doença. Hoje, sabe-se que a melhor maneira de proteger o cérebro é mantê-lo ativo - com interação social, atividades de lazer e estudos.

Fonte: Minha Vida

Fisioterapia e síndrome de Down

A avaliação inicial  da criança com Síndrome de Down deve ser holística, sendo importante  estar alerta aos problemas associados à síndrome, tais como hipotonia, redução da força muscular, hipermobilidade articular, pés planos, escoliose, alterações respiratórias, instabilidade atlânto-axial, doença cardíaca congênita, deficiências visual e auditiva, presença de doenças convulsivas. Com esses dados, o fisioterapeuta  é capaz de analisar as necessidades de cada criança e de sua família, planejando orientações e intervenções apropriadas para cada situação.
O principal objetivo da fisioterapia é criar condições para explorar o potencial motor da criança, direcionando-a nas sucessivas etapas do desenvolvimento motor e auxiliá-la na aquisição de padrões essenciais e fundamentais do desenvolvimento, preparando-a para uma atividade motora subseqüente mais complexa. Os objetivos específicos são determinados de acordo com a faixa etária ou fase do desenvolvimento. Para alcançar esses objetivos são utilizados métodos que propiciarão maior independência, autoconfiança e ampliação da relação com o meio ambiente.
O objetivo da fisioterapia não é tentar igualar o desenvolvimento neuropsicomotor da criança com síndrome de Down ao de uma criança comum nem exigir da criança além do que ela é capaz, mas auxiliá-la a alcançar as etapas desse desenvolvimento da forma mais adequada possível, buscando a funcionalidade na realização das atividades diárias e na resolução de problemas.
A estimulação bem estruturada pode promover o desenvolvimento da criança, minimizando suas dificuldades e evidenciando a possibilidade de melhores respostas à experiência e adaptação a condições mutantes e a estímulos repetidos. A estimulação adequada torna consciente pra a criança os gestos da vida diária.
Os primeiros meses de vida são fundamentais para a estruturação de nossas potencialidades: as primeiras expressões do bebê são essencialmente motoras grande variedade de pequenos movimentos que fazem parte de um sistema complexo e organizado que irá influenciar no seu bem-estar, presente e futuro. Os primeiros movimentos são reflexos, porém, durante o seu desenvolvimento, a criança os refinará e os tornará mais precisos, reunindo todas as sensações motoras para chegar a gestos globais, tais como erguer a cabeça, sentar-se e ficar em pé.
A criança necessita de pré-requisitos para conseguir passar adequadamente para etapa seguinte do desenvolvimento neuropsicomotor, não se deve tentar pular fases para adiantar o processo, até mesmo porque a criança terá apenas prejuízos. De que adianta andar precocemente se ela é incapaz de se equilibrar ou manipular objetos de forma ordenada? A criança necessita de segurança e controle motor para avançar em seu desenvolvimento.
É importante ressaltar que cada criança tem seu próprio ritmo de desenvolvimento, que deve ser percebido e respeitado. A deficiência não determina como será o desenvolvimento de ninguém. Cada síndrome tem suas próprias características e cada criança as apresentará de forma diferente. O que importa é respeitar a individualidade da criança e determinar a linha de tratamento a partir disso.
O Conceito Neuroevolutivo Bobath é um dos mais adequados ao tratamento das crianças com Síndrome de Down por estar de acordo com os objetivos do trabalho realizado com bebês. O trabalho de correção postural é realizado com crianças e adolescentes através de métodos ortopédicos e de reeducação postural global, como Iso-stretching e RPG.

Fonte:APS-DOWN - conheça e apaixone-se

Fisioterapia na endocrinologia feminina



A área de endocrinologia inclui todas as idades da mulher, desde a infância, com hormônios de crescimento, até a menopausa e a senescência, com as alterações naturais
do climatério. As fases de vida da mulher podem ser divididas em:

● infância: até 9 a 10 anos de idade;

● puberdade: até 16 a 18 anos de idade, quando ocorre:
○ telarca (crescimento das mamas), por volta dos 9 a 10 anos de idade;
○ pubarca (crescimento de pêlos pubianos), por volta dos 10 a 11 anos de idade;
○ menarca (primeira menstruação), por volta dos 12 a16 anos de idade, podendo
ser antecipada por estímulos visuais e culturais;

● idade adulta: até 40 a 50 anos de idade;

● climatério: até 60 a 65 anos de idade, quando ocorre:
○ pré-menopausa (período de início de alterações menstruais acompanhadas ou
não de sintomas);
○ peri-menopausa (período em torno da menopausa);
○ menopausa (evento da última menstruação em 1 ano, podendo haver
sangramentos após esse tempo);
○ pós-menopausa (período após a menopausa até a cessação completa de
menstruação e sintomas);

● senescência.

Estima-se que 75% das mulheres apresentarão sintomas variados no climatério. Na menopausa e no climatério ocorrem alterações hormonais naturais, mas que podem vir acompanhadas de sintomas desagradáveis. A principal alteração endócrina é a queda dos níveis de estrogênio e essa queda pode levar a diversos sintomas, mas os sintomas do
climatério não se limitam aos sintomas causados pela queda do estrogênio, incluindo também sintomas causados pela alteração metabólica e sintomas multifatoriais, todos
resultantes do processo de envelhecimento.

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Os principais sintomas do climatério são:

● na menstruação:
○ hipermenorréia (aumento de fluxo menstrual); *
○ polimenorréia (aumento de frequência menstrual); *
○ spotting (sangramentos pequenos e repetidos ao longo do ciclo menstrual); *
○ cólicas menstruais; *

● neurovegetativos:
○ ondas de calor ou "fogacho"; *
○ palpitação; *
○ nervosismo;
○ distúrbios de sono e insônia; *
○ problemas digestivos;
○ tontura; *

● nervosos:
○ memória fraca; *
○ cefaléia; *

● psíquicos:
○ ansiedade; *
○ falta de iniciativa;
○ depressão; *
○ irritabilidade; *
○ aparecimento ou agravamento  de tensão pré-menstrual; *
○ cansaço; *

● osteo-musculares:
○ osteopenia e osteoporose; *
○ diminuição de massa muscular;
○ diminuição de propriocepção;
○ dor articular; *

● cardio-vasculares:
○ arteriosclerose; *
○ aumento a tendência de doenças cardíacas e cardiovasculares;

● de pele:
○ manchas;
○ rugas;
○ secura de mucosas; *
○ diminuição de pêlos;
○ atrofia de pele e perda de elasticidade;

● no sistema urológico;
○ síndrome uretral com urgência miccional e cistite; *
○ incontinência urinária; *

● em órgãos sexuais femininos:
○ atrofia das mamas;
○ atrofia de ovários;
○ atrofia do útero;
○ atrofia da vulva;
○ dispareunia; *
○ prurido vulvar; *

* = sintomas de maior incidência.

A frequência e intensidade dos sintomas, assim como quais sintomas se apresentam e quais não se apresentam em cada caso, são amplamente variáveis, mostrando que
existem aspectos individuais no processo de aparecimento de sintomas. No exame fisioterapêutico da mulher na fase do climatério os principais itens a serem avaliados são:

● peso corporal (19≤IMC≤23,9);

● distribuição de gordura corporal (em pêra ou maçã, pode indicar tendência a problemas cardíacos e oferece interpretação psicossomática);

● aparelho cardiovascular, alguns itens influenciam a tendência a ter problemas cardio
vasculares:
○ disposição familiar a alterações cardio-vasculares;
○ tabagismo;
○ hipertensão arterial sistêmica;
○ diabete;
○ aumento de LDL-C;
○ aumento de triglicérides;
○ diminuição de HDL-C;
○ aumento de insulina plasmática;
○ idade;
○ maior acúmulo de gordura corporal em "maçã";
○ IMC>27;

● osteoporose, alguns itens influenciam a tendência a desenvolver osteoporose:

○ hábitos alimentares (falta de cálcio e vitamina D, abuso de cafeína, consumo de
álcool);
○ amenorréia por anorexia;
○ disposição familiar;
○ idade;
○ baixo peso;
○ menopausa precoce;
○ climatério;
○ baixa atividade física;
○ tabagismo;
○ nuliparidade (nenhuma gravidez e parto);
○ artrite reumatóide;
○ uso de glicocorticóides;

● presença de incontinências (incontinência urinária por esforço, hiperatividade vesical
ou mista e incontinência fecal).

Diversas abordagens podem ser usadas no tratamento Fisioterapêutico dessas alterações, sendo os principais objetivos a melhora da qualidade de vida, atuando na
prevenção e no tratamento de incontinências, osteoporose, doenças cardiovasculares, atenuação de sintomas vasomotores e transtornos emocionais. Algumas das abordagens
fisioterapêuticas estão citadas abaixo:

● problemas de peso: atividade física, dieta hipocalórica com baixa ingestão de gorduras e alto consumo de fibras e carboidratos, ingestão de cálcio suplementar (1grama por dia durante a pré-menopausa e 1,5gramas por dia durante a pósmenopausa e a senescência), a dieta pode ser orientada e estimulada pelo fisioterapeuta, mas o ideal é que haja acompanhamento de nutricionista;

● osteoporose: deve ser prevenida com medidas profiláticas como treino de força muscular, treino combinado de resistência muscular, ingestão de cálcio suplementar,
exercícios de impacto (salto, esportes não-aquáticos), treino de equilíbrio para evitar quedas e fraturas, a paciente deve ser orientada a parar de fumar, diminuir ingestão
de cafeína e álcool, anorexia e amenorréia devem ser tratados, assim como artrite reumatóide e doenças respiratórias com necessidade de uso de corticóides, deve haver controle de peso corporal;

● distribuição de gordura corporal: exercícios de ginástica localizada e orientações psicossomáticas;

● alterações do aparelho cardiovascular: parar de fumar, dieta com baixa ingestão de sal em casos de hipertensão, controle médico de diabetes, alimentação equilibrada com baixa ingestão de gorduras para diminuir LDL-C e triglicérides, exercícios aeróbicos para equilíbrio metabólico e controle de peso corporal;

● incontinências: podem ser tratadas com exercícios, eletroterapia, biofeedback e outras técnicas;

● alterações neurovegetativas: exercícios respiratórios, relaxamento e massoterapia;

A fisioterapia pode utilizar exercícios físicos como hidroginástica, natação, caminhadas, dança e outras atividades que a paciente sinta prazer em realizar. O bem-estar durante a atividade física é um grande incentivo para que a paciente continue cuidando de sua saúde e melhora sensivelmente a qualidade de vida e os aspectos psicológicos das pacientes.

As alterações menstruais ocorrem, em geral, por flutuação hormonal, psíquica ou física, elas podem ser:

● menorragia (menstruação por mais de 6 dias consecutivos);

● braquimenorréia (menstruação por menos de 3 dias);

● metrorragia (irregularidade e prolongamento do ciclo menstrual para mais de 28 dias, ou ovulação após o 14º dia);
● hipermenorragia (fluxo sanguíneo maior que 150ml);

● hipomenorréia (fluxo sanguíneo menor que 25ml);

● spotting (sangue mínimo, pingado);

● polimenorréia (ciclo menor que 25 dias);

● oligomenorréia (ciclo maior que 35 dias);

● amenorréia:
○ primária: menarca após os 18 anos de idade;
○ secundária: ausência de menstruação por pelo menos 3 meses;

● dismenorréia ou algomenorréia (menstruação dolorosa), que se dá por hipertonia da parede abdominal e do assoalho pélvico causada por:
○ abuso sexual;
○ inflamação de órgão genitais;
○ miomas;
○ mal formação ou má posição do útero;
○ DIU;
○ desequilíbrio endócrino;
○ endometriose;
○ retenção de fluxo por estenose do canal cervical;
○ fatores psicológicos;

● síndrome da tensão pré-menstrual (distúrbio disfórico pré-menstrual, DDPM).

O tratamento fisioterapêutico das alterações menstruais consiste em:

● Massagem de tecido conjuntivo para distúrbios neurovegetativos, edema, distúrbio digestivo, distúrbios cardíacos, cefaléia, ondas de calor, distúrbios do sono, parestesia, depressão, dismenorréia, hipomenorréia, amenorréia secundária;

● Hidroterapia, balneoterapia, banhos de assento em água quente, escalda-pés e bolsa de água quente para dismenorréia;

● Movimento e percepção corporal, técnicas feldenkrais, ioga e dança do ventre para tensão e dores musculares, dores no corpo e cefaléia;

● Massagem clássica para tensão e dor muscular, cefaléia, contipação;

● Pompagem para cefaléia e dores musculo-articulares;

● Exercícios aeróbicos para regular o ciclo menstrual.

Fisioterapia Uroginecológica na disfunção sexual


A disfunção sexual é a alteração de uma das fases do ciclo da resposta sexual, que é dividida em desejo, excitação e orgasmo. Nas mulheres, as disfunções mais comuns são a inibição do desejo, a anorgasmia (ausência do orgasmo), a dispareunia (dor no momento da relação sexual) e o vaginismo (contração involuntária da vagina, que evita a penetração). Nos homens, os principais problemas são ejaculação precoce e disfunção erétil (incapacidade permanente de iniciar, manter e concluir o ato sexual de forma satisfatória, afetando a ereção). Além de ir ao médico e descobrir se a disfunção não está associada a outro problema orgânico, os especialistas orientam que se deve também procurar orientação psicológica.

Porém, um tratamento relativamente novo no Brasil chamado de fisioterapia uroginecológica surge como uma alternativa nesses casos e, segundo os profissionais, tem excelentes resultados. O tratamento já existe na Europa há mais de 20 anos. No Brasil, a fisiosexologia surgiu há pouco tempo. A fisioterapeuta com formação internacional em uroginecologia, Priscila Hermann, explica que o tratamento é feito com exercícios e aparelhos específicos que devolvem o controle da musculatura da região da pelve (que, segundo ela, são eficientes tanto para o homem quanto para a mulher). São exercícios que fortalecem e relaxam. Depende muito do caso, mas em geral, 15 sessões são suficientes para a recuperação do paciente. Geralmente os aparelhos e a postura já resolvem, diz a especialista. As sessões normalmente duram uma hora, uma vez por semana. Mesmo depois do tratamento os meus pacientes entram em contato e dizem que o resultado foi satisfatório, garante a fisioterapeuta.

É importante lembrar que o tratamento terá bons resultados caso a disfunção sexual não seja de origem psicológica. Ao contrário do que muitas pessoas pensam, Priscila conta que os homens procuram muito mais a fisioterapia uroginecológica do que as mulheres. Em geral, o paciente que busca a profissional é muito tímido, pois acabou nem admitindo ao médico que tinha algum tipo de disfunção. Percebo que existe muita ansiedade neles. Mas isso só existe porque a parte física não está boa, comenta a especialista. Já as mulheres, diz a fisioterapeuta, demoram mais para admitir o problema, em qualquer situação. Percebo que muitas delas só buscam ajuda quando não têm mais alternativa, quando a relação com o parceiro já ficou desgastada por conta da disfunção sexual. Algumas vêm com o marido, diz Priscila. Outro dado interessante é que a fisioterapia uroginecológica também traz bons resultados para outros problemas, como dores na região anal e perineal, incontinência urinária e fecal, além de constipação intestinal.

Psicológico atrapalha ereção

Nos homens, a disfunção sexual mais comum é a disfunção erétil. Nesse caso, a ereção do homem é que fica prejudicada, e não a ejaculação. Como explica o médico urologista Fernando Lorenzini, as causas da disfunção erétil podem ser psicológicas, orgânicas ou a junção das duas. Não é regra, mas, no jovem, o mais comum é a disfunção erétil estar associada à questão psicológica. Já no idoso, o problema pode estar ligado ao diabetes e à arteriosclerose, explica o médico. Lorenzini afirma que pesquisas mais tradicionais indicam que na faixa etária entre os 40 e os 70 anos, 50% dos homens teriam o problema. Porém, explica ele, a forma completa, mais grave da disfunção erétil, só aparece em 10% dos homens.

Em qualquer caso é muito importante o acompanhamento médico. Segundo Lorenzini, há alguns tipos de tratamento para a disfunção erétil, como os medicamentos de via oral (que são paliativos, segundo o médico), injeções (as quais devem ser ministradas com bastante cautela porque podem piorar o problema) e, como última alternativa, a prótese peniana (que também deve ser muito bem estudada, pois pode causar infecções).

Mulher: falta de orgasmo é a disfunção sexual mais comum

Nas mulheres, as disfunções sexuais mais freqüentes são inibição do desejo, anorgasmia (ausência do orgasmo), dispareunia (dor na relação) e vaginismo (contração involuntária da vagina evitando o ato).

O ginecologista especializado na área de sexualidade humana, Fernando César de Oliveira Júnior diz que o mais freqüente é a anorgasmia. Ele explica que neste caso a mulher até sente desejo, mas não consegue chegar ao orgasmo. Em geral, diz ele, a causa é de origem psicológica. Depende muito da ansiedade da pessoa, que fica com dificuldade de se soltar. É importante que ela não fique se observando na hora da relação, tem que brincar, se soltar, orienta o médico. A repressão e o parceiro que não colabora podem ser causas ou até agravantes do problema. A fase das preliminares é muito importante. Às vezes a mulher demora mais para se excitar e também para ter o orgasmo. É um mito que os dois tenham que atingir o orgasmo juntos, diz o médico.

A dispareunia geralmente é mais fácil de tratar, diz o ginecologista, porque em geral é causado por algum problema orgânico, como corrimentos ou alterações uterinas. Neste caso, trata-se a doença e resolve-se o problema. Mas a disfunção também pode ser de origem psicológica. Já a inibição do desejo, segundo ele, é mais difícil de resolver. Geralmente os resultados são bons em conjunto com um terapeuta sexual. Ocorre que a pessoa que tem inibição do desejo vai fugindo cada vez mais do sexo, vai perdendo o encanto, às vezes acontece muito na menopausa, o que não é normal, pois o desejo sexual começa no útero e prossegue até a morte. E para as mulheres, para as quais não há remédios para isso, como o Viagra para os homens, alertou o especialista. Não dá para generalizar, mas alguns medicamentos podem causar a diminuição da libido também.

No caso da anorgasmia, um dos tipos de tratamento é o focossensorial, no qual a pessoa aprende a se tocar e conhecer o próprio corpo, deixando o toque mais erótico para o final. O médico recomenda que a fantasia nunca acabe quando o assunto é sexo. “Já que é a cabeça que comanda tudo, os estímulos são importantes, como filmes ou leituras eróticas, roupas, enfim, aquilo que o casal achar melhor, explica. (MA)