PREVENÇÃO E ABORDAGEM DA FISIOTERAPIA NA OSTEOPOROSE

A osteoporose é uma doença silenciosa, já que em geral não dá sinal de sua presença. Um indivíduo pode não sentir as modificações na densidade óssea, e sem conhecimento dos fatores de risco, o primeiro sinal de alerta pode ser uma fratura no local em que já ouve perda significativa de densidade mineral óssea. O fato de pessoas não sofrerem problemas com a dor nos estágios iniciais é uma boa coisa, mas a falta de sinais de alerta significa ignorar o osso doente-saldável até que a osteoporose esteja estabelecida e as fraturas ocorram.

A osteoporose também pode ser definida como uma síndrome caracterizada pela redução da massa óssea deterioração da microarquitetura do tecido ósseo, levando à fragilidade óssea e conseqüentemente ao aumento do risco de fraturas.
As dietas têm um papel importante na saúde do osso. O componente protéico do osso, o osteóide, precisa ser mineralizado para dar ao osso sua rigidez e sua força. O elemento mineral e essencial e necessário para esse processo é o cálcio. O cálcio está fortemente disponível em nossa dieta, com muitos alimentos servindo de fonte disponível.
O corpo humano contém cerca de um quilo de cálcio, quase todo em nosso esqueleto; 1% é encontrado na corrente sanguínea e outros fluidos corporais. Para manter esse nível de cálcio, devem ser incluídos na dieta alimentos ricos em cálcio, como derivados do leite, vegetais de folhas verdes, peixes com osso, cereais e frutas desidratadas.
Algumas pessoas, porém não são capazes de obter tudo que necessitam apenas de sua dieta, utilizarão um suplemento de cálcio para elevar esse nível.
A doença pode afetar qualquer osso em qualquer parte do esqueleto, e dessa forma fraturas em outros locais são possíveis .
Esta relação de perda óssea pode ter seu processo ainda mais intensificado, quando está estrutura se encontra exposta a alguns fatores de risco como idade avançada, hereditariedade, diabetes, fumo, álcool em excesso, falta de atividade física, dieta, fatores hormonais .
A osteoporose pode ser primária ou secundária.A primária é de etiologia desconhecida e pode ser do tipo I (pós - menopausa) e do tipo II (osteoporose senil). Já secundária é associada a um processo patológico, como distúrbios endócrinos, falha na absorção de nutrientes, neoplasias ósseas malignas, uso prolongado de corticóides e insuficiência renal. .

Causas da osteoporose

A força dos ossos depende do seu tamanho e densidade. A densidade do osso depende da quantidade de cálcio, fósforo e outros minerais.
 *Os ossos de todo esqueleto são tecidos vivos e estão em constante processo de formação e destruição. Células chamadas osteoblastos formam osso, enquanto os osteoclastos destroem e reabsorvem osso. Até os 30 anos de idade em média, existe maior atividade de formação óssea, a partir de então o processo se inverte, passando a existir maior destruição e reabsorção de osso.
*Alguns fatores estão associados a uma aceleração do processo de destruição e reabsorção causando osteoporose: 
*Redução dos níveis do hormônio estrogênio. Menopausa e osteoporose possuem ligação. Mulheres ao entrarem na menopausa têm seus níveis hormonais reduzidos rapidamente, levando a uma aceleração da perda óssea.
*Redução dos níveis do hormônio testosterona (Andropausa). Homens podem ter seus níveis de testosterona reduzidos, principalmente em idades avançadas ou devido a condições médicas.
*Envelhecimento. O avanço da idade leva a um processo natural de reabsorção óssea, enfraquecendo os ossos progressivamente.
*Fatores genéticos. Pessoas com parentes portadores de osteoporose estão mais propensas a desenvolvê-la.
*Tabagismo. O fumo contribui para o enfraquecimento dos ossos.
*Distúrbios alimentares. Pessoas com anorexia ou bulimia têm maior risco para osteoporose devido às perdas de sais minerais.
* Uso de corticóides. O uso prolongado de medicamentos corticóides, geralmente prescritos para combater alergias ou doenças auto-imunes, contribui para maior reabsorção óssea e osteoporose.
*Hipertireoidismo. Excesso de hormônios da tireóide pode levar a perda óssea, devido a aceleração do metabolismo.
Algumas medicações. Heparina usada de forma contínua para evitar trombos, metotrexate usado no tratamento de câncer, alguns anticonvulsivantes, diuréticos e antiácidos contendo alumínio.
*Dieta com pouco cálcio. A carência de cálcio na alimentação é um dos principais fatores para o desenvolvimento da osteoporose, principalmente quando existe baixa ingestão de cálcio nos anos de maior formação dos ossos, como a infância e adolescência.
*Algumas doenças que afetam a absorção de cálcio. Condições como a cirurgia de redução do estômago, a doenças inflamatórias intestinais, doença celíaca, anorexia nervosa e doença de Cushing.
*Deficiência de vitamina D. A deficiência de vitamina D ocasiona problemas na absorção e utilização de cálcio pelo organismo.
*Sedentarismo. Atividades físicas são essenciais para formação e manutenção de ossos fortes e saudáveis. Apesar do maior impacto na formação de ossos se dar nas primeiras décadas de vida, a atividade física, em especial de impacto ou levantamento de pesos, é benéfica na formação óssea em qualquer idade.
 *Cafeína. Bebidas contendo cafeína, como refrigerantes, chás e café, estão ligadas a osteoporose, pois interferem na absorção de cálcio.
*Álcool. O uso excessivo de bebidas alcoólicas é um grande fator de risco para osteoporose, devido ao prejuízo causado pelo álcool na formação óssea e absorção de cálcio.
 *Depressão. Pessoas que tiveram episódios graves de depressão também tiveram maiores taxas de perda óssea.

MEDIDAS PREVENTIVAS

Não resta dúvida de que, em osteoporose, o melhor tratamento é o preventivo. Os fatores a serem atendidos são basicamente os pertencentes a dois grupos: manutenção da massa óssea; correção das causas de queda ou de outros elementos predisponentes a fraturas.
O fisioterapeuta dotado de suas informações a respeito da osteoporose, pode instruir um programa de prevenção explorando de acordo com o grau de capacidade funcional de cada individuo.
Diante desses fatos podemos mostrar algumas medidas preventivas que o fisioterapeuta pode atuar como agente de prevenção:
Orientar o paciente quanto à eliminação das causas, ou seja, realização de chek-ups periódicos a partir da quarta década de vida para verificação dos níveis hormonais.
Campanhas educativas de incentivo à prática de atividades físicas na infância e na adolescência.
Programas de esportes aplicados a crianças e aos adolescentes.
Criação, desenvolvimento e manutenção de áreas públicas para prática de esportes e atividades físicas.
Campanhas educativas de conscientização nutricional.
Programas de exercícios isotônicos que favoreçam a descarga de forças sobre os ossos (alavancas), promovendo assim sua integridade constitucional.
Exercícios respiratórios.
Programas de conscientização postural Deliberato, (2002).
Com essas medidas podemos vislumbrar uma terceira idade com adultos mais saudáveis e com uma melhor qualidade de vida.



                                                                                                                                            


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