Médicos alertam para vício em bronzeamento

 

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Exposição ao bronzeamento estimula produção de substância ligada a sensação de bem-estar.

Homens e mulheres de várias idades se expõem em excesso e sem proteção a raios de sol e câmaras de bronzeamento artificial, embora estes hábitos sejam, segundo especialistas, os principais causadores do câncer de pele, doença que atinge anualmente cerca de 2 milhões de pessoas só nos Estados Unidos.

Para alguns médicos, há algo além da simples vaidade por trás desse hábito. Segundo pesquisas, o bronzeamento pode viciar, assim como substâncias como álcool, tabaco e outras drogas.

O vício em bronzeamento é chamado muitas vezes de tanorexia, termo usado cada vez com mais freqüência pela imprensa quando o assunto é bronzeamento excessivo - como no caso da americana acusada de ter causado uma queimadura na filha de cinco anos depois de levar a criança para fazer bronzeamento artificial.

Os sinais de que uma pessoa pode estar ficando viciada em bronzeamento são similares aos que ocorrem com outras substâncias, como a necessidade de "doses maiores", perda de controle, sintomas de abstinência e a utilização de muito tempo e recursos para a manutenção do vício.

A semelhança entre o vício em bronzeamento e o vício em drogas também foi apontada em outras pesquisas.

Utilizando um questionário padrão para detectar dependências, a dermatologista Robin Hornung, da The Everett Clinic, no Estado americano de Washington, observou comportamentos similares em pessoas viciadas em bronzeamento e dependentes de álcool, tabaco e outras drogas.

"Em nosso estudo e em outros nós também observamos que estes comportamentos dependentes muitas vezes 'caminham juntos' em indivíduos, no que descrevemos como tipo de personalidade dependente", disse Hornung.

Para Hornung, campanhas de saúde pública deveriam alertar para o fato de que bronzeamento, além de aumentar os risco de câncer de pele, também pode viciar.

Assim como acontece com o cigarro, os dermatologistas concordam que não existem níveis saudáveis de bronzeamento, já que os riscos de se desenvolver doenças como o câncer são aumentados pela exposição aos raios UV.

Modismos e o conceito de que a pele queimada pode ser mais atraente ou saudável explicam em grande parte por que milhões de homens e mulheres lotam praias e parques no verão e clínicas de bronzeamento artificial durante todo o ano.

Mas dermatologistas sempre ficaram intrigados com pessoas que continuavam a se bronzear com frequência mesmo se deparando com a possibilidade de terem uma doença grave como câncer ou após ficarem com aparência da pele comprometida pelo excesso de raios de sol.

As primeiras pistas para explicar os motivos desse hábito surgiram em meados da década de 1990, quando pesquisas apontaram que a exposição a raios ultravioleta presentes na luz do sol não apenas faz com que a pele produza melanina (o pigmento que causa o bronzeamento), mas também estimula a produção de endorfina, substância associada à sensação de bem-estar e relaxamento.

Para testar a hipótese de que algumas pessoas se bronzeiam não pela aparência, mas pelo modo como a luz ultravioleta faz com que se sintam, Feldman e sua equipe realizaram dois estudos.

No primeiro, pessoas que se bronzeavam freqüentemente foram convidadas a fazer testes-cegos em duas cabines de bronzeamento aparentemente iguais, mas que tinham uma pequena diferença: uma era uma mesa convencional, enquanto a outra tinha um filtro invisível que impedia que os raios ultravioleta (UV) atingissem o paciente.

Mesmo sem saber que uma das mesas não emitia raios UV, em quase todas as ocasiões os pacientes preferiam a cabine de bronzeamento convencional, que, segundo Feldman, dava a eles uma maior "sensação de relaxamento".

Em outro estudo, alguns pacientes que se bronzeavam de maneira freqüente apresentaram sintomas parecidos com os sofridos por viciados em drogas em síndrome de abstinência ao serem tratados com naltrexona, substância que bloqueia a endorfina e é usada em tratamentos contra narcóticos.

Em uma pesquisa posterior, feita com um grupo maior de pacientes, pessoas que não se bronzeavam com freqüência não apresentaram os mesmos sintomas similares a crises de abstinência ao receberem a substância.

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