FISIOTERAPIA EQUINA

 

Seja para o tratamento ou como forma preventiva de lesões, a importante área da Medicina Veterinária Esportiva complementa a análise clínica em animais de esporte

Desde meados dos anos 90, a Fisioterapia Veterinária vem crescendo no Brasil, ganhando destaque no Hipismo devido ao aumento da exigência e à busca por melhores resultados para o cavalo-atleta. Utilizada como tratamento de lesões ou forma preventiva, a Fisioterapia complementa o tratamento clínico do animal, fazendo com que o equino seja visto como atleta, assim como na Medicina humana, buscando o melhor desempenho no esporte.
Um dos objetivos da Fisioterapia Equina é diminuir o tempo de recuperação do animal e também restabelecer a função do tecido lesionado o mais próximo possível do natural. Em casos de lesões tendíneas, comuns em cavalos-atletas, a Fisioterapia devolve a qualidade do tecido em sua regeneração e melhora a extensão do tendão para a utilização posterior do equino no esporte.


Os métodos mais utilizados pela Fisioterapia Veterinária são frio, calor, correntes elétricas, fototerapia e aparelhos mecânicos. As terapias utilizadas promovem principalmente analgesia (diminuição da dor), efeito antiinflamatório do tecido afetado e diminuição do edema (inchaço).
Assim, o tratamento fisioterápico é positivo, principalmente em: lesões musculares (atrofias e miopatias); problemas do aparelho locomotor, como tendinites, desmites (inflamação dos ligamentos), artrites (lesões articulares) e periostites (“dor de canela”); cicatrização de feridas (abertas ou cirúrgicas), e problemas neurológicos.
O trabalho preventivo da Fisioterapia Equina é muito importante, pois através de alongamentos e exercícios terapêuticos específicos, podemos condicionar os grupos musculares e tendíneos ao esforço promovido pelo esporte, além de promover aumento da amplitude articular, principalmente dos membros, visto que o cavalo atleta muitas vezes ultrapassa seus limites, em busca dos melhores resultados esportivos.
Um dos maiores problemas no tratamento fisioterápico para cavalos-atletas é a necessidade, muitas vezes, de maior repouso, podendo ser necessário deixar o animal em descanso por um, dois ou até três meses, o que dificulta o manejo, já que o equino está em constante treinamento. O repouso do cavalo em conjunto com o tratamento fisioterápico e o recondicionamento são de suma importância para o animal restabelecer sua propriocepção – sentido de reconhecer sua localização espacial do corpo, posição, orientação e força exigida dos grupos musculares para promover o equilíbrio postural, e evitar a recidiva da lesão.
Modalidades da Fisioterapia
A Termoterapia, modalidade de calor profundo, é muito utilizada através do ultrassom terapêutico, recomendado em casos de alívio da dor, diminuição de edemas, aumento do fluxo sanguíneo, realinhamento de fibras e deposição de colágeno, sendo muito utilizado no tratamento de tendinites.
Outra modalidade utilizada dentro da Fisioterapia equina é a utilização da Eletroterapia – estímulos elétricos através de eletrodos colocados em pontos motores direto nos grupos musculares, buscando alívio da dor, relaxamento muscular, tonificação dos músculos, podendo ser utilizados diversos tipos de correntes elétricas, por exemplo, corrente alternada (FES), indicada para casos de atrofias, e corrente pulsátil (TENS), com uso em casos de relaxamento muscular, além da corrente contínua (GALVÂNICA), indicada para realização de iontoforese – carreamento de medicações para o local da lesão através da corrente elétrica.
Dentre as modalidades utilizadas no tratamento fisioterápico, a Fototerapia é a que vem crescendo em relação aos estudos e à utilização clínica. A técnica baseia-se no tratamento da lesão através da luz, atingindo receptores celulares, melhorando o metabolismo. Tem entre seus princípios, efeitos de analgesia, antiinflamatório, antiedematoso, bactericida e aceleração nos processos de cicatrização. Comumente, a Fototerapia é conhecida pelo laser terapêutico, sendo o termo “laser” a abreviação utilizada para “amplificação da luz pela emissão estimulada de radiação”.
Funcionando como fonte de luz com características únicas (monocromaticidade, coerência, colimação e polarização), o laser de baixa potência é um importante instrumento de uso terapêutico, científico e tecnológico. A radiação atua aumentando a velocidade e a energia da luz, conferindo-lhe o poder de penetrar nos tecidos, proporcionando às células, tecidos e o organismo em conjunto, uma energia que estimula, em todos os níveis, as reações fisiológicas, normalizando as deficiências e equilibrando as desigualdades.
Outra aplicação da Fototerapia é através dos led’s, diodos super luminosos que, assim como o laser, promovem a emissão de luz que interage com o tecido, resultando em notáveis efeitos terapêuticos. A diferenciação entre led’s e laser fica por conta da coerência dos feixes de luz, que no caso do primeiro, não é colimado, ou seja, é dissipado em diversas direções atingindo uma área maior para tratamento, com efeito mais duradouro.
A fotoestimulação causada pela irradiação por led’s ou laser de baixa intensidade apresenta uma série de resultados, tais como, aumento da taxa de proliferação de células; aceleração dos processos cicatriciais; regeneração de tendões e ligamentos; aumento do metabolismo celular e da vascularização, além da melhora na recuperação de lesões nervosas.
Em relação à aplicação clínica da Fototerapia, ela apresenta resultados positivos nas seguintes situações: efeito antiinflamatório, analgesia, cicatrização de feridas e Acupuntura. Ela atua nas fibras nervosas, dificultando a transmissão do estímulo doloroso e estimula a produção de beta-endorfinas e óxido nítrico (substâncias produzidas pelo organismo que causam relaxamento e bem estar). É indicada em caso de lesões musculares e miopatias induzidas por exercícios, tendinites, flebites, artrites, periostites, cicatrização de feridas, pós-cirúrgico para eliminar inchaço e dor local.
Em resumo, a Fisioterapia é uma ferramenta importante no tratamento do cavalo atleta por antecipar o restabelecimento da lesão para a volta aos treinamentos e às competições, melhorando a qualidade do tecido afetado e também ajudando no desempenho no esporte. Mesmo que o equino não tenha lesão, ela promove o trabalho de prevenção de dores locais.
Todo cavalo de esporte, assim como o atleta humano, necessita de suporte para o tratamento e o acompanhamento nas competições, mantendo o organismo pronto para a exigência que os exercícios demandam.

Fonte: Info Horse

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