FISIOTERAPIA NO PRÉ-OPERATÓRIO DE HANSENÍASE

 

Fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais dos municípios serão responsáveis por preparar os pacientes para a cirurgia reabilitativa nos casos de Hanseníase

A Secretaria da Saúde treina nesta quarta e quinta-feira (5 e 6) os profissionais que acompanharão o tratamento pré-operatório de 17 pacientes do I Mutirão de Cirurgias Reabilitativas da Hanseníase do Paraná. O curso acontece no Centro Hospitalar de Reabilitação, em Curitiba, e é ministrado pelo fisioterapeuta Silvio Parente, profissional da secretaria da Saúde do Distrito Federal, que é referência nacional na área.
Fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais dos municípios serão responsáveis por preparar os pacientes para a cirurgia reabilitativa, marcada para outubro. “Todo o processo pré e pós-operatório tem influência direta no sucesso do tratamento. É essencial que a equipe de saúde esteja preparada, mas o paciente também tem que estar motivado e seguir as orientações do fisioterapeuta ou terapeuta ocupacional responsável”, afirma Parente.
Os 17 pacientes estão curados da hanseníase, mas apresentam sequelas da doença. Passaram por avaliação em agosto e necessitam da cirurgia de transferência de tendão, indicada para a correção de pé e mão em garra. O mutirão também contará com cirurgias para descompressão de nervos (neurolise) e tratamento de feridas, contudo o processo pré-operatório desses procedimentos não demanda fisioterapia prévia.
A intenção do pré-operatório é promover a mudança de hábitos do paciente. “As sequelas da hanseníase podem deixar marcas físicas e psicológicas. A coordenação motora é afetada, o que com o tempo pode causar sérias sequelas e até levar a incapacidades irreversíveis”, explica a coordenadora do programa estadual de Controle da Hanseníase, Nivera Stremel.
CUIDADOS – Em paralelo à fisioterapia, a equipe de saúde vai orientar o paciente sobre cuidados que diminuem os riscos de ferimentos. Uma das sequelas mais comuns da hanseníase é a diminuição da sensibilidade das mãos, pés e olhos. “Quando a dormência ocorre nos pés, a atenção deve ser ainda maior. Uma simples pedrinha no sapato pode causar calosidades e ferimentos sem que a pessoa perceba”, explica Nivera.
Um dos pacientes avaliados no Centro Hospitalar de Reabilitação conta que, mesmo após a cura, tem que administrar as conseqüências da doença. Morador da região de Guarapuava, ele trabalhava com instalações elétricas quando descobriu a hanseníase. Durante o tratamento, o paciente tentou retomar suas atividades normais, mas o trabalho ficou prejudicado devido a deformidades nas mãos por causa da doença.
“Estou ansioso pela cirurgia. Tenho problemas nas duas mãos. Em outubro vou fazer a cirurgia na mão direita e no ano que vem vou tentar operar a outra para voltar a trabalhar”, disse. O pré-operatório dele durará cerca de um mês. Após a cirurgia, o paciente ainda terá que ficar por pelo menos 30 dias com a mão imobilizada. Em seguida ele passa a fazer a fisioterapia pós-operatória que leva no mínimo 30 dias, dependendo da evolução do tratamento.

Fonte: Governo do Estado do Paraná

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