FISIOTERAPEUTAS RELATAM: OS PLANOS DE SAÚDE PAGAM R$ 12,00 POR SESSÃO

 
O representante do Conselho Federal de Medicina, Aloísio Tibiriçá Miranda, concordou com as críticas dos fisioterapeutas.
Em audiência no Senado, operadoras argumentaram que custos da saúde são crescentes e que lucratividade é baixa.
Numa audiência pública realizada ontem no Senado, o Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia Ocupacional acusou as operadoras de planos de saúde de pagar valores inferiores aos do mercado aos profissionais da rede credenciada.

De acordo com a entidade, um fisioterapeuta recebe dos planos de saúde entre R$ 5 e R$ 12 por atendimento.
É um valor vil, sem falar nos constantes atrasos de pagamento. O prestador de serviço se sacrifica porque tem amor à profissão. As operadoras nem sequer recebem os prestadores para negociar — afirmou a representante do conselho na audiência, Marlene Izidro Vieira.
O debate de ontem, sobre os problemas nos serviços oferecidos pelos planos de saúde, foi organizado pelas Comissões de Direitos Humanos (CDH) e de Meio Ambiente e Defesa do Consumidor (CMA).
O representante do Conselho Federal de Medicina, Aloísio Tibiriçá Miranda, concordou com as críticas dos fisioterapeutas. Ele citou os recentes protestos e paralisações feitos pelos médicos contra os baixos honorários pagos pelos planos de saúde.
Estamos caminhando para um oligopólio. O número de operadoras está diminuindo porque umas compram as outras. E, se isso acontece, é porque é um bom negócio. Se não fosse, migrariam para outro setor — afirmou Miranda.
Custo e risco altos
As operadoras de plano de saúde responderam que enfrentam, sim, custos elevados e alto risco.
O presidente da Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge), Arlindo de Almeida, disse que as empresas se esforçam para cumprir as pesadas regulamentações do setor.
A lucratividade é baixa. Somos o único setor em que as empresas têm custos ilimitados. Mais de mil operadoras deixaram o mercado desde o ano 2000.
Entidades de defesa do consumidor apontaram a negativa de cobertura, a demora no atendimento e os reajustes pesados das mensalidades como as principais queixas dos clientes contra os convênios ­médicos.
Como exemplos de negativas frequentes, citaram consultas médicas, cirurgias de redução de estômago, partos e análises moleculares de DNA para doenças genéticas.
Mas são serviços básicos, sobre os quais não pairam dúvidas a respeito do direito dos consumidores previsto em contrato — argumentou Joana Indjaian, do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec).
Por 11 anos seguidos, os planos de saúde lideraram o ranking de queixas recebidas pelo Idec. No ano passado, caíram para o segundo lugar, ficando atrás apenas dos bancos.
Almeida, da Abramge, apresentou pesquisas feitas por institutos particulares mostrando que 80% dos clientes estão satisfeitos com o serviço oferecido pelos convênios de saúde.
Fazemos 890 milhões de procedimentos por ano, e o índice de reclamação é de 2,17 para 100 mil procedimentos — disse.
A audiência pública foi presidida por Rodrigo Rollemberg (PSB-DF).
Fonte: Senado.gov

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