Benefícios para crianças que apresentam deficiência motora em decorrência de paralisia cerebral.
O exame, considerado de alta complexidade e de alto custo, é realizado no Laboratório de Marcha, o primeiro do sul do Brasil e o único a prestar serviços exclusivamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O investimento é de aproximadamente R$ 1 milhão, e os encaminhamentos são feitos pelas regionais de saúde e hospitais credenciados ao sistema.
“Em três anos, foram investidos R$ 39 milhões na aquisição de equipamentos para os hospitais do Governo do Paraná, incluindo um tomógrafo para o Centro Hospitalar de Reabilitação”, explica o superintendente de Unidades Hospitalares Próprias, da Secretaria da Saúde, Charles London.
EQUIPE – O Laboratório de Marcha do CHR é operado com equipe multidisciplinar composta por médicos ortopedistas, fisioterapeutas e engenheiro mecatrônico. O ortopedista pediátrico Alessandro Melanda afirma que o exame dura em média quatro horas e são necessárias 12 horas para ser finalizado.
Depois do exame propriamente dito, é necessária a compilação dos dados e a elaboração do laudo tridimensional (3D) capaz de nortear o tratamento ortopédico do paciente. “O exame avalia todos os movimentos do corpo e proporciona mais assertividade para o tratamento, seja ele com fisioterapia, medicamento ou cirurgia”, explica o médico.
A médica ortopedista pediátrica Ana Carolina Pauleto informa que, além das crianças com paralisia cerebral, podem ser beneficiados amputados, pacientes com problemas neurológicos (com sequelas de AVC) e motores. “Este é um exame complexo, que deve ser indicado a partir de rigorosa avaliação clínica”, diz a médica. Mais de 80 exames como este já foram realizados no Paraná.
SOLUÇÃO – Quem observa Rafaely, em sala de aula, brincando com os colegas, não imagina que antes de 2011, esta atividade era quase impossível para a menina. As pernas tortas faziam com que Rafaely se locomovesse com dificuldade e sem equilíbrio.
Em 2011, ela foi submetida ao exame da marcha no Centro Hospitalar de Reabilitação. “A Rafaely foi uma das primeiras crianças a se beneficiar com este exame”, afirma a mãe, Telma Valoto Gonçalves. Do exame veio a indicação para a cirurgia reabilitativa que permitiu que a menina andasse normalmente.
“Hoje ela tem uma vida normal. Cursa o terceiro ano do ensino fundamental em uma escola municipal de Araucária. Brinca com as crianças da escola sem nenhuma dificuldade”, disse. Também é aluna aplicada, gosta de matemática e de ler livros na biblioteca do colégio.
ESPERANÇA – Gustavo nasceu prematuro e teve paralisia cerebral por intercorrências durante o parto. Os pais do menino, Gilmar Grillanda, 46 anos, e Maria Izabel Wendler Grillanda, 40 anos, contam que o menino começou o tratamento quando tinha 6 anos e que já evoluiu muito, porém ainda não caminha com segurança. “Este é o primeiro exame deste tipo a que temos acesso. O Gustavo é muito esforçado e com certeza vai reagir bem aos novos tratamentos, que forem indicados com o resultado deste exame”, afirma o pai.
O maior desejo da família é que Gustavo fique mais independente e possa brincar com os irmãos e amigos, inclusive com o irmão gêmeo Guilherme, que não tem paralisia cerebral. A família de Gustavo mora em São Pedro do Ivaí e o menino faz tratamento em Londrina, no Norte do Estado.
Fonte: Paraná Hoje
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