PREPARAÇÃO PARA A GUERRA


Com calendário apertado, profissionais trabalham para diminuir lesões no futebol
Os soldados quando vão para a guerra se preparam. Treinam e usam equipamentos de segurança. Tudo isso para salvarem as próprias vidas e também para evitarem marcas de batalhas. No futebol não é muito diferente. As caneleiras previnem machucados e a fisioterapia preventiva evita possíveis lesões.

O ano de 2014 será um pouco diferente para os boleiros. Por conta da Copa do Mundo, o calendário de todos os campeonatos ficou ainda mais apertado. O intervalo médio dos jogos do Paulistão, por exemplo, será de apenas três dias. E é aí que entra o trabalho dos fisioterapeutas e também dos preparadores físicos dos times.

Rafael Lopes Soriano e Andrey Barbosa são os responsáveis pela fisioterapia do Atlético Sorocaba. E esta época do ano é quando eles têm mais trabalho. Não porque os jogadores que foram contratados vieram lesionados, machucados. Nada disso. É que a missão deles é a de fortalecer a musculatura dos atletas para que eles corram menos riscos de se lesionarem no decorrer da competição.

"Isso não significa que iremos zerar as lesões. Não é isso. Mas com o trabalho a tendência é que o número de contusões diminua", comentou Rafael.

E para isso, os fisioterapeutas trabalham para fortalecer, dar mais resistência, equilíbrio e coordenação aos atletas, além de corrigir a postura e a fazer a retirada de contratura dos jogadores.

Segundo os fisioterapeutas, quando os atletas chegam ao clube, eles passam por avaliações físicas e médicas. Neste momento, os profissionais da saúde identificam os pontos "fracos" de cada jogador, analisando o histórico de lesões e operações de cada atleta. Para que, então, iniciem o trabalho adequado para cada caso.

"Cada pessoa tem um biótipo diferente e isso pode determinar as possíveis lesões. Mas isso não é tudo. Muita gente acha que os jogadores mais magrinhos têm mais tendência a lesões. Temos o Neymar para provar o contrário. Ele tem o biótipo magro, mas é forte e quase nunca se lesiona", falou Andrey.

Os fisioterapeutas listaram os principais problemas que os jogadores costumam enfrentar: são lesões musculares, tendinites, entorses, distúrbio de pubis, contraturas, lesões ligamentares (joelho, tornozelo, adutor, posterior).

Eles também explicaram que dependendo da posição que o jogador atua, ele corre mais risco de sofrer determinadas lesões. "Os alterais, meias e volantes tendem a sofrer mais lesões traumáticas (oriundas de pancadas) e os laterais e os atacantes rápidos têm mais lesões musculares", exemplificou Rafael.

Uma das principais medidas tomadas pelos fisioterapeutas é a correção do quadril. "As disfunções de quadris são as que mais causam lesões", contou Andrey. "Por isso, é um dos pontos que mais trabalhamos", explicou.

Muitos jogadores reclamam do tempo que passam no departamento médico, fazendo exercícios para evitarem as lesões. Mas tem alguns que sabem reconhecer muito bem o papel do fisioterapeuta, como é o caso do atacante Lenny.

O jogador, que ganhou destaque no Fluminense e no Palmeiras, tem um histórico grande de lesões. Por conta delas, ele não participa de um jogo oficial desde abril.

Segundo os fisioterapeutas, Lenny não tem mais nenhum problema, mas que ele precisa, assim como os demais, continuar fortalecendo. "Muita gente acha que ele veio machucado, que é por isso que ele está no departamento médico. Mas não é nada disso. O Lenny está bem, pode jogar. Nós, em conjunto com os preparadores físicos, só estamos fortalecendo a sua musculatura para que ele não tenha problemas futuros", explicou Rafael.

"Ninguém gosta de fazer fisioterapia. Jogador gosta de jogar. Mas se você não sofrer um pouco agora, vai sofrer muito mais depois", disse Lenny. " O papel dos fisioterapeutas é muito importante para nós, jogadores", finalizou.

Fonte: cruzeirodosul

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