 Três vezes por semana, a estudante Maressa Kosteczca, 19, acorda mais cedo para fazer exercícios físicos. A rotina é composta por corrida, caminhada e séries para fortalecimento da musculatura das costas e estruturas do joelho. Apesar da intensidade do treino, ela nunca vai à academia. É na Lagoa das Lágrimas ou no Parque do Lago que a estudante se exercita.
“Fico mais à vontade, mais relaxada, não sinto tanta vergonha”, disse, justificando a escolha da prática ao ar livre. O ambiente fechado e sempre muito cheio das academias nunca foi o ideal para a estudante. “Já fui, mas nunca gostei”. A música alta e a televisão também a incomodam. “E tem muita competição. Sempre digo que não gosto daquele cheiro de borracha suada”, completou, rindo.
Para aqueles que, assim como Maressa, não se adaptam às academias, Guarapuava oferece inúmeras opções de parques e áreas verdes na região central. O Parque do Lago é o preferido de muitos, pois as pistas de corridas são asfaltadas e regulares. Mas é na Lagoa das Lágrimas que a estudante passa as manhãs das segundas, quartas e sexta-feiras. “E aqui vejo pessoas diferentes e é mais relaxante”, enfatizou.
Segundo a personaltrainer e fisioterapeuta em Guarapuava, Vanessa de Andrade, não existem muitos casos como o de Maressa. “Não é comum o aluno nos procurar para treinar ao ar livre. O problema de Guarapuava é o clima. Porque um dia chove, outro dia está muito frio e por causa da instabilidade climática não consigo estabelecer uma rotina”, explicou. Vanessa complementa com a academia.
Benefícios
Respirar ar puro não é a única vantagem oferecida pelos parques da cidade. A prática de exercícios em espaços verdes e abertos traz outros benefícios ao rendimento e à saúde do atleta. “Sinto mais sede, bebo mais água e suo mais. Parece que dá mais resultado”, brincou Maressa. A estudante também ganha em concentração. “Prefiro malhar só com o personal porque me dedico mais e faço de forma correta”.
Na opinião de Vanessa, o principal incremento está na absorção da luz solar. Cada vez menos as atividades do cotidiano permitem uma parada para um banho de sol. Apesar de parecer supérflua, a atividade é essencial para a manutenção da saúde do corpo. É a incidência da luz sobre a pele que ativa a síntese de vitamina D, essencial para fortalecimento de ossos, unhas e cabelo.
“É importante tomar sol todos os dias para prevenir a osteoporose. E como o treino dura em média 50 minutos e não deve ser feito em horários de pico solar, a quantidade é bastante adequada”, ressaltou a personaltrainer e fisioterapeuta. O aproveitamento das estruturas existentes nos parques, como bancos, escadas e rampas também acrescentam aos exercícios.
Maressa usa os degraus da Lagoa das Lágrimas para o fortalecimento do joelho. “Quando a gente vai ao [Parque do] Lago, usamos os aparelhos que não estão quebrados. Ou então meu personal traz pesinhos”.
Segundo Vanessa, o uso das escadas e a simulação de movimentos comuns do dia a dia contribuem para o fortalecimento correto da musculatura e estruturas corporais.
Com problemas na coluna e no joelho, Maressa não se arrisca a praticar exercícios sem acompanhamento de um profissional. “Todo mundo pode fazer exercícios sem um professor, mas o ideal é procurar algum tipo de orientação”, defendeu Vanessa. É o personaltrainer que organiza toda a rotina e orienta a forma como as séries devem ser realizadas por Maressa.
“Ter o acompanhamento faz muita diferença. Antes tinha muita dor nas costas, depois da rotina de exercícios correta não sinto mais”, destacou a estudante. A dor, de acordo com a personaltrainer, é sempre uma resposta negativa do corpo. “Alguma coisa está sendo feita errada. Tem que cuidar com a postura, respiração, excesso de esforço”.
Alunos acima do peso, por exemplo, não podem correr antes de fortalecer os joelhos.
Fonte: Camila Tsubauchi
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