IMPLANTE DE DEDO PODE DEVOVER FUNCIONALIDADE AO EX PRESIDENTE


Se o ex-presidente Lula quiser, pode implantar uma prótese de seu quinto dedo da mão esquerda, até mesmo devolver-lhe funcionalidade e mobilidade

dedeSegundo especialistas, no entanto, se houver maior investimento em pesquisa e infraestrutura, em apenas três anos seria possível implantar um dedo e lhe devolver mobilidade. Já até existe em andamento um pré-projeto da UNIFESP em parceria com a Conexão Sistemas de Prótese.

Se o ex-presidente Lula quiser, pode implantar uma prótese de seu quinto dedo da mão esquerda, até mesmo devolver-lhe funcionalidade e mobilidade, se houvesse maior investimento em pesquisa e infraestrutura por parte de todas as esferas da administração pública, pois a comunidade médica está disposta a colaborar para avançar nas pesquisas e tornar o procedimento realidade, como faz a Suécia. “É necessário investir no desenvolvimento de microchips que promovam o movimento e a sensibilidade da mão, o que não acontece atualmente”, explica o Professor Titular do Departamento de Ortopedia e Traumatologia da UNIFESP, Dr. Flávio Faloppa.
O implante de dedo (osseointegração) é indicado, essencialmente, para pacientes que perderam dedos em casa ou no trabalho em conseqüência de um acidente, como aconteceu com o ex-presidente. Certamente, a colocação do implante proporciona maior qualidade de vida ao paciente e o preserva de situações constrangedoras como esconder a mão, por exemplo, o que fazia o então operário Lula, segundo publicação da folha online. Ele mesmo citou que, em situações corriqueiras, como lavar o rosto, a junção das mãos não consegue conter a água, por exemplo. Atualmente, porém, o procedimento de implante só proporciona uma melhor condição estética e nem sempre com a qualidade aspirada pelos médicos e pacientes.
Além da falta de investimentos, lembra Dr. Faloppa, existe uma carência de uma série de outros fatores, como a qualidade das próteses/silicones e a preservação estética (tonalidade de pele). “Esse trabalho, mesmo numa baixa escala de atendimento em função de recursos limitados, é até bem feito no Departamento de Cabeça e Pescoço, com a equipe do Dr. Márcio Abrahão (Coordenador do Departamento de Otorrinolaringologia Cabeça e Pescoço da UNIFESP). Lá os atendimentos são realizados por atitudes voluntárias dos médicos e odontologistas, que compram material com os próprios recursos. A confecção da prótese de silicone precisa ser quase uma escultura artística”, comenta o médico.
Portanto, a cirurgia de implante de dedo no Brasil, embora com poucos atendimentos, é realizada por meio da UNIFESP, que também conta com a parceria da Conexão Sistemas de Prótese, empresa líder de mercado em implantes. Contudo, a comunidade médica brasileira quer mais: aumentar o atendimento, investir na prevenção e dar ao implante movimento/funcionalidade. E isso é possível com mais investimentos e atenção das autoridades de saúde. “A atual medicina só vê o implante de dedo como algo importante esteticamente para o paciente. Porém, o lado emocional conta muito para a qualidade de vida. O implante com movimento significa funcionalidade, o que agrega muito na recuperação do paciente”, diz o Diretor da Conexão, Dr. Rodolfo Candia Alba Junior.
È melhor prevenir

As mãos são as mais afetadas diante de uma situação de perigo, pois são os órgãos de defesa, ou seja, elas são utilizadas como forma de proteção em qualquer acidente. Por isso, os prontos-socorros registram cada vez mais casos de pessoas com ferimentos causados por cortes com facas, portas, vidros, quedas, dentre outras lesões que podem causar o amputamento de um ou mais dedos. “Geralmente, esses acidentes acontecem no ambiente de trabalho, em casa, ou até mesmo no momento de lazer. Há muitos casos de pessoas que enroscam o anel em cadeiras de praia, portas e até mesmo durante o futebol no final de semana, quando o anel também se prende nos ganchos que existem nas traves”, alerta Dr. Faloppa.
Se o paciente chegar ao hospital com o dedo amputado, explica o médico, é imprescindível, sobretudo se ainda existir um pedaço do dedo (toco), que o primeiro atendimento seja adequado. O profissional que não trabalha com cirurgia das mãos opta por retirar o toco, mas, se preservado, é possível reimplantar o dedo, isto é, colocar o mesmo dedo e preservar a funcionalidade e até mesmo deixá-lo esteticamente melhor. Até existe uma portaria que determina que todo hospital de urgência e emergência deveria ter na equipe médica um cirurgião de mão. No entanto, essa orientação não está sendo cumprida, exceto em alguns locais, como nos Hospitais Universitários, na Santa Casa e na USP.
“Quando o paciente chega à urgência de um hospital com um traumatismo na mão, com muito sangue e cortes, é o momento que se determina o tratamento, diante do que sobrou no caso de um dedo amputado. Possivelmente, o Presidente da República não recebeu o primeiro atendimento adequadamente. Deveria haver um cirurgião de mão no momento para realização do reimplante e preservar a funcionalidade do dedo”, alerta Faloppa. Ele também comenta que prevenir a amputação de um dedo, evita-se também a aposentadoria precoce, o que mantém a produtividade para o País”, finaliza o médico.



Fonte: R7 e Revista Novafisio

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