FISIOTERAPIA NO PRÉ E PÓS CIRÚRGICO

 

A Fisioterapia no pré-cirúrgico irá possibilitar uma recuperação mais rápida e com melhor qualidade. Vale a pena investir.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), saúde é definida não somente como a ausência de doenças, mas também como o bem-estar físico, mental e psicológico. Na busca pela saúde plena e pela harmonia estética, muitos procuram a ajuda do cirurgião plástico para corrigir qualquer disfunção estética, faciais ou corporais. Próteses de mama, abdominoplastia e lipoescultura são os procedimentos corretivos mais utilizados no Brasil e nos Estados Unidos, e para amenizar os efeitos da cirurgia o fisioterapeuta dermato-funcional entra em ação.
Após a cirurgia o paciente costuma sentir dor, ter edemas, hematomas e equimoses, entre outros desconfortos provenientes do procedimento. “Por meio da fisioterapia pré e pós-cirúrgica, podemos minimizar as queixas e otimizar os resultados da cirurgia, diminuindo o desconforto e os traumas ao paciente”, afirma a fisioterapeuta, Drª Débora Medlo.
O atendimento fisioterapêutico na fase pré-operatória serve para auxiliar o paciente a ter um processo de recuperação mais rápido. Conforme a fisioterapeuta, é nesse momento que podemos orientar nosso paciente, por exemplo, a se aproximar do peso ideal, utilizando a cirurgia plástica para corrigir pequenos defeitos e não para ‘emagrecer’. A orientação nutricional é a melhor opção nesse sentido. “Outra dica importante é quanto ao uso de gel à base de arnica (por seus efeitos antiinflamatórios), que pode ser passado nas áreas que serão submetidas à lipoaspiração. Esse cuidado minimizará o aparecimento de hematomas e edema pós-operatório”, explica a fisioterapeuta.


A drenagem linfática também é um procedimento que pode ser utilizado no pós-operatório. Segundo Débora, ela é benéfica para os pacientes que tem tendência a desenvolver edema, principalmente em pés e pernas, uma vez que após a cirurgia seus movimentos serão reduzidos temporariamente, havendo a possibilidade de ocorrer trombose venosa. A drenagem linfática estimula o sistema vascular, acelerando a microcirculação, além de agilizar a recuperação do local operado.
No tratamento pós-operatório, o fisioterapeuta, de acordo com a profissional, baseia-se no conhecimento científico dos estágios do processo de inflamação e reparo para traçar um programa de tratamento eficaz, observando as características apresentadas pelo seu paciente. “Os recursos fisioterapêuticos quando bem utilizados, podem diminuir o tempo de repouso, restaurar sua funcionalidade e acelerar a recuperação, possibilitando a reintegração do paciente em suas atividades sociais”, revela. Contudo, na hora de elaborar um plano de tratamento pós-cirúrgico é necessário cuidado e perícia nas técnicas que serão utilizadas, já que manobras realizadas de forma incorreta acarretam o risco de lesar ainda mais os tecidos já traumatizados. “Além das manobras realizadas, são de suma importância as orientações passadas ao paciente, como repouso, hidratação adequada e constante uso da malha compressiva, que reposiciona os tecidos traumatizados e evita o excesso de edema”, salienta Débora.
Quando o paciente pode começar o tratamento pós-cirúrgico?
Segundo a fisioterapeuta, a drenagem linfática deverá ser iniciada 24 horas após a intervenção cirúrgica, pois nesse momento o efeito das substâncias anestésicas utilizadas terá passado e o paciente poderá sentir dor. A drenagem é uma alternativa para trazer alívio no desconforto e evitar o acúmulo de líquido, minimizando assim, a formação de edema. Ela deverá ser feita diariamente na primeira semana e em dias intercalados nas próximas.
Além da drenagem linfática, a partir do 4º ou 5º dia pós-operatório, Débora diz que a drenagem linfática pode ser associada ao uso do Heccus, aparelho de ultra-som de alta potência, com efeitos antiinflamatório, analgésico e antiedematoso, auxiliando na resolução do processo inflamatório. “Este aparelho provoca uma micromassagem tecidual, que melhora a circulação interna e a remodelação de tecido conjuntivo, prevenindo a formação de fibroses”, explica ela.
Após 20 dias do processo cirúrgico, aproximadamente, também pode ser usado a endermoterapia. “A endermoterapia compreende em um aparelho de vácuo sucção, ajudando a reabsorver o edema e hematomas, desagregando a fibrose e evitando aderências cicatriciais”, ressalta a fisioterapeuta.
O tratamento fisioterapêutico pós-operatório imediato visa à diminuição da dor e do edema causado pelo extravasamento de líquidos corporais durante a cirurgia. “Porém, se não tomados os devidos cuidados, poderão surgir fibroses, cicratizes internas que formam um nódulo endurecido sob a pele. Nesse caso, outra abordagem será necessária para a sua resolução. O uso de um aparelho de radiofreqüência, o spectra oferece bons resultados, pois através do aquecimento tecidual interno ajuda a ‘dissolver’ essas fibroses, podendo ser associado à endermoterapia”, assegura Débora. O tratamento fisioterapêutico, conforme a fisioterapeuta, não consiste apenas em cuidados técnicos, como a drenagem linfática manual e equipamentos, mas também na supervisão constante do paciente durante o pós-cirúrgico com o objetivo de evitar complicações.
Os procedimentos descritos se referem ao tratamento específico de cirurgias plásticas. No entanto, Débora lembra que algumas modalidades podem ser utilizadas em outras cirurgias, como a drenagem linfática, que favorece o retorno venoso do paciente acamado e o uso do ultra-som, por seu efeito analgésico e antiinflamatório.

Fonte: Revista + Saúde

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