Fascite do corredor

 

A corrida de longa distancia é atualmente uma das mais populares atividades esportivas envolvendo milhões de pessoas em todo o mundo. Seja em caráter competitivo ou recreativo, é praticada por  jovens e velhos, homens e mulheres e não exige grandes investimentos por parte de seus praticantes.
Ela obedece um padrão cíclico de movimentos rápidos e complexos realizados de maneira sincrônica e  individualizada para cada corredor, onde enquanto um dos membros inferiores está sofrendo impactos repetitivos contra o  solo e  o outro está no ar.
Durante a corrida a articulação do joelho realiza movimentos seqüenciais de flexão e extensão comandados pela musculatura que se fixa ao nível do joelho por meio de tendões ou de fascias fibrosas, como ocorre na parte lateral da coxa onde se localiza o “trato ílio-tibial” que se movimenta para trás quando o joelho está flexionado a aproximadamente 30 graus, provocando atrito contra a parte óssea.
O atrito repetitivo dessa estrutura contra a parte lateral do fêmur, aproximadamente 5 centímetros acima da linha articular do joelho (epicôndilo lateral), provoca um processo inflamatório pelo movimento repetitivo, que se manifesta por dor local e em boa parte das vezes é incapacitante e obriga o corredor a parar após algum tempo de corrida.É conhecida como fascíte do corredor ou atrito da banda ílio-tibial.
O quadro se manifesta mais freqüentemente nos casos de intensificação do treinamento, mudanças de terreno, de percurso com aclives e declives ou trocas de calçados. Outros fatores podem predispor ao atrito da banda ílio-tibial como o alinhamento do joelho, rotação da tíbia, diferença de comprimento, mal apoio da planta do pé além do encurtamento e aumento da espessura da banda  ílio-tibial.
A  dor em geral é palpável ao se comprimir com o dedo o trato ílio-tibial contra a saliência óssea do epicôndilo lateral do fêmur e piora ao solicitarmos para associar repetitivamente movimentos de flexão e extensão. Às vezes pode irradiar para cima ou para baixo do ponto referido. A intensidade da dor é progressiva durante a corrida assim como a cada corrida a manifestação da dor é mais precoce e algumas vezes incomodam nas atividades diárias como subir e descer escadas.
O diagnóstico é clínico e às vezes pode ser auxiliado com exame de ultra-sonografia ou Ressonância Magnética.
O especialista deve ser consultado para o tratamento, que nem sempre trás resultados a curto prazo e consiste em tentar afastar os fatores causais, diminuindo a intensidade das corridas, indicação de palmilhas, melhorar o apoio durante a corrida, fisioterapia, gelo local por 20 minutos varias vezes ao dia, alongamento do trato ílio-tibial, uso de anti-inflamatórios não hormonais. Nos casos onde os resultados não são positivos com o tratamento clínico indica-se o tratamento cirúrgico.

Fonte: Minha Saúde

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